Mercados

Saída de Jack Ma pode abrir caminho para IPO de Ant Group

10 jan 2023, 18:04 - atualizado em 10 jan 2023, 18:12
Ant Group
Ant Group, braço financeiro da Alibaba, pode ter IPO em outro lugar. (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

Jack Ma não é mais o sócio majoritário da Ant Group, fintech derivada do grupo Alibaba do qual também é fundador. De acordo com o comunicado oficial emitido ontem, o bilionário passará a ter uma participação minoritária de 6,2% da companhia.

A concessão do controle sobre a empresa vinha sendo alvo de rumores desde julho do ano passado e pode ser a chave para resgatar o IPO da Ant Group do limbo.

Isso, porque um dos obstáculos à oferta pública do grupo era a posição majoritária de Jack Ma no controle da empresa, condição indesejada por autoridades reguladoras de Pequim.

É importante observar, contudo, que as autoridades chinesas exigem um período de ‘quarentena’ de três anos entre a mudança de controle e o início de uma oferta pública.

Pequim quer menor influência de investidores privados

Na opinião de Andrew Collier, diretor administrativo da Orient Capital Research, “a saída de Jack Ma da companhia que ele fundou mostra a determinação do governo chinês em reduzir a influência de investidores privados”.

A Ant Group, assim como a Alibaba e demais expoentes do setor tecnológico chinês, estiveram ao longo dos últimos dois anos sob o estresse de uma meticulosa regulação governamental com o objetivo de reduzir forças monopolísticas dentro da empresa.

Avaliada em US$ 34 bilhões, a Ant Group realizaria em novembro de 2020 a maior oferta pública da história, quando foi suspensa de último minuto por autoridades chinesas. Como efeito da intervenção, a empresa fundada por Ma também foi proibida por 2 anos de solicitar uma nova listagem nas Bolsas de Shangai e Hong Kong.

A fintech ainda deve arcar com uma nova multa de mais de US$ 1 bilhão até o segundo trimestre do ano, sob a alegação de terem estruturado uma expansão de capital “desordeira”. Ano passado, a Ant Group já havia sido multada em um valor recorde de US$ 2.8 bilhões por violar leis antitruste do país.

Agora, com os chamados de reabertura da economia chinesa soando pelos mercados, é o descontado setor tech chinês que aparece como um dos principais favoritos a decolar.

Corrobora esse cenário de expectativas mais otimistas o recente desempenho da própria Alibaba (BABA), que subiu mais de 70% nos últimos três meses.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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