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Lockdown complica vida de empresas britânicas à espera do Brexit

05 nov 2020, 17:20 - atualizado em 05 nov 2020, 17:20
Brexit
As empresas devem se preparar para deixar o mercado único da UE no final do ano, mesmo que o Reino Unido e o bloco consigam assinar um acordo de livre comércio (Imagem: REUTERS/Hannibal Hanschke/File Photo)

Michael Poultney já estava ocupado com os preparativos para o Brexit. Agora, o novo lockdown nacional deve piorar as coisas.

“Só torna todo o processo muito mais difícil”, disse o diretor-gerente da Albion Stone, que tem trabalhado remotamente com seu departamento de contabilidade na papelada necessária para negociar com a União Europeia a partir de 1º de janeiro. “Isso coloca obstáculos no caminho – tudo leva mais tempo.”

A empresa, que extrai calcário em Portland, na Inglaterra, e vende o produto no mundo inteiro, obtém cerca de 15% da receita de 8 milhões de libras (US$ 10,4 milhões) na União Europeia.

As empresas devem se preparar para deixar o mercado único da UE no final do ano, mesmo que o Reino Unido e o bloco consigam assinar um acordo de livre comércio. Com a falta de funcionários, desaceleração econômica e oscilações na oferta e demanda de bens essenciais, as novas restrições relacionadas à Covid aumentam a pressão sobre empresas de logística e cadeias de abastecimento, disse Allie Renison, chefe para UE e política comercial do Instituto de Diretores.

“O planejamento do Brexit adequado será infinitamente mais difícil”, disse a especialista. “Embora as empresas já tenham passado por um lockdown antes, não tinham que lidar com grandes mudanças nos acordos regulatórios e comerciais.”

Muita coisa está em jogo: se as empresas não estiverem preparadas, o Reino Unido pode enfrentar problemas generalizados no comércio com seu maior parceiro comercial nos difíceis meses de inverno.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, decidiu impor uma segunda rodada de restrições nacionais a partir de quinta-feira, depois que dados mostraram que a pandemia superou as piores projeções de seus assessores científicos. Pubs, academias e lojas não essenciais devem ficar fechados, e o contato social entre famílias será restrito. Durante semanas, o primeiro-ministro se opôs a um segundo lockdown e a mudança de opinião incomodou líderes empresariais.

O governo já está preocupado com os baixos níveis de prontidão para o Brexit. As empresas precisarão apresentar novos documentos alfandegários, produtos alimentícios estarão sujeitos a novos certificados de saúde animal e os caminhões precisarão estar de acordo com os novos sistemas de TI do governo para cruzar a fronteira entre o Reino Unido e a UE.

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