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Lucrar fazendo exercícios: o “Move-to-Earn” é a febre do momento?

06 abr 2022, 16:14 - atualizado em 06 abr 2022, 16:14
Move to Earn
A categoria “Move-to-Earn” (M2E) pode ser inicialmente compreendida como um “desenvolvimento ou uma variação do estilo de jogo que se estabeleceu como Play-to-Earn, ou jogue para ganhar”. Imagem: Unsplash/Reprodução)

O “Move-to-Earn”, ou “mova-se para ganhar”, está cada vez mais em evidência dentro do cenário de jogos em blockchain.

Principalmente depois do projeto STEP’N, que recentemente ganhou a atenção de todos, após a valorização de seu token de governança (GMT) de mais de 300x do preço em sua oferta inicial, que aconteceu em março na Binance Launchpad.

Diversos investidores, analistas e jogadores estão agora, em busca das próximas novidades e promessas desse mercado. Diversos projetos relacionados já foram lançados e estão atualmente disponíveis.

Outros ainda estão em fase de desenvolvimento ou então sendo preparados para a realização de rodadas de venda antecipada de ativos, ou “whitelists”.

Mas afinal, o que é “Move-to-Earn”?

Segundo Felipe Barros, research manager na Dux Games , a categoria “Move-to-Earn” (M2E) pode ser inicialmente compreendida como um desenvolvimento ou uma variação do estilo de jogo que se estabeleceu como Play-to-Earn, ou jogue para ganhar.

“Em vez de simplesmente jogar para ganhar, o Move-to-Earn possibilita que os jogadores ganhem dinheiro por meio de atividades físicas – ou ainda, mentais, motoras e cognitivas -, tanto indoor quanto outdoor”, explica.

Esse mecanismo de recompensas é feito por meio da combinação entre a tecnologia de aplicativos e dispositivos móveis como Smartphones, Smartwatches e outros “Health Devices”, com diferentes tipos de sensores e rastreadores – por exemplo, o GPS.

Os dispositivos coletam dados sobre atividade corporal, movimentação e deslocamento. Essas informações podem ser convertidas em diferentes ativos digitais de projetos variados.

Qual a perspectiva de crescimento do Move-to-Earn?

O interesse dos usuários em atividades físicas e saúde corporal sã0 fatores que determinam o sucesso desse tipo de jogo em blockchain.

Entretanto, para Barros, além de um estilo de vida mais saudável ser atrativo, outros pontos podem ser importantes para “convencer” os usuários a entrarem de vez no Move-to-Earn.

Consciência ambiental

O analista diz que conceitos como os de “carbono neutro”, compensações ou “créditos de carbono”, ligados à ideia de redução da emissão de poluentes, têm sido cada vez mais mencionados no debate público.

Além disso, a poluição ambiental das grandes cidades motiva as pessoas a buscarem fontes alternativas de energia limpa.

Pandemia

Segundo Barros, a pandemia da Covid-19 aumentou os níveis de stress e sedentarismo. A partir disso, mais pessoas passaram a se preocupar com a própria saúde, buscando praticar exercícios e atividades ao ar livre.

Aumento da inflação e crise energética

Um dos resultados da guerra entre Rússia e Ucrânia foi a disparada no preço do barril do petróleo e, consequentemente, o aumento no preço dos combustíveis.

Por isso, o analista comenta que “pedalar ou caminhar para o trabalho se tornou uma alternativa para economizar dinheiro e energia”. 

Incentivos globais para sustentabilidade

Diversas organizações ao redor do mundo têm fornecido incentivos para a redução das emissões de carbono.

“Não é difícil imaginar que parte destes subsídios poderiam ser direcionados a projetos como o Move-to-Earn, capazes de incentivar as pessoas a modificarem seus hábitos, mantendo estilos de vida mais adequados a esses propósitos”, diz o especialista. 

UX (experiência do usuário)

Outro ponto levantado por Barros é que o desenvolvimento de aplicativos que ajudam a registrar, medir e mapear atividades físicas diversas estimulam a adoção do público e facilitam o planejamento de rotinas mais ativas e saudáveis pelos usuários.

Como o Move-to-Earn pode crescer mais?

Segundo o especialista, no cenário GameFi atual, o número de jogadores ainda é relativamente pequeno e a maior parte deles já investiu em criptomoedas antes.

“Por essa razão, desenvolvimento do mercado está limitado. Nenhum jogo play to earn tem atualmente uma base maior do que um milhão de usuários assíduos”, diz. “O Move-to-Earn é uma proposta capaz de acelerar a adesão e a adaptação de novos usuários ao universo Blockchain”.

Pra ele, os jogos e projetos mais marcantes e bem sucedidos acabam sempre sendo aqueles que melhor ou mais rápido engajam uma comunidade.

“Atletas, práticas e instituições esportivas já possuem um certo número de pessoas que são adeptas e seguidoras destas comunidades antes de entrar no ecossistema da economia blockchain”, comenta.

A “comunidade fitness” global, adepta de um estilo de vida saudável, além de ser enorme, é muito engajada e integrada, mantendo laços firmes e duradouros entre os seus membros e deles com as rotinas de exercícios e atividades praticadas.

Desta forma, a conversão de uma pequena fração destas pessoas em potenciais usuários de aplicativos “Move-to-Earn” já é uma quantia bastante expressiva para a comunidade cripto como um todo.

“Move-to-Earn” e Blockchain

O conceito de se exercitar para ganhar já existe há algum tempo. Diversos aplicativos tentaram recriar um ecossistema de recompensas para as pessoas que os utilizavam ao praticar exercícios.

Mas para o especialista, o movimento “GameFi” foi decisivo para possibilitar a consolidação do Move-to-Earn.

“Com os benefícios de criptografia e tokens não fungíveis (NFTs), os usuários passam a realmente possuir as recompensas que os aplicativos oferecem, podendo utilizá-las dentro dos jogos, exibi-las como peças colecionáveis ou negociá-las nos mais diversos mercados”.

Barros avalia que muitas outras possibilidades estão ainda inscritas na ascensão do Move-to-Earn, como a criação de metaversos em potencial ou a utilização de realidade aumentada, realidade virtual e novos tipos de dispositivos móveis para o monitoramento das atividades corporais.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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