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Magazine Luiza (MGLU3): É hora de se livrar das ações? Analistas veem curto prazo ainda nebuloso

15 ago 2023, 11:52 - atualizado em 15 ago 2023, 12:12
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Ativa tem recomendação neutra para Magazine Luiza; já a Empiricus tem aposta pequena nas ações na carteira de agosto (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

A Magazine Luiza (MGLU3) teve um segundo trimestre (2T23) “fraco”, de acordo com analistas. A varejista registrou queda no lucro pelo sexto trimestre consecutivo, além de ter reportado o segundo pior prejuízo desde que abriu capital na Bolsa — de R$ 198 milhões. As ações recuavam 8,45%, a R$ 2,60, às 11h40 desta terça-feira (15).

Para o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra, os números seguem impactados pela concorrência com outros players do e-commerce. Além disso, a Magalu ainda enfrenta dificuldades ao repassar os preços, em decorrência do diferencial de alíquota (DIFAL), e com despesas operacionais crescentes.

“Enxergamos a Magazine Luiza com dificuldades financeiras e operacionais de difícil recuperação no curto prazo. Com isso, seguimos pessimistas com a empresa”, diz Serra.

O analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, diz também que o resultado financeiro da varejista foi afetado pelo aumento da taxa de juros.

Por outro lado, os quatro pilares “bem-definidos” da companhia — commerce, logística, Magalu Pay e Magalu Ads —  foram responsáveis pelo faturamento de R$ 8,6 bilhões no período, diz Ferrer. Apesar de abaixo das expectativas, o montante ficou estável em relação ao mesmo período de 2022.

Mas os pontos positivos do resultado, segundo o analista da Empiricus, foram a geração de caixa e a renovação com a parceira de seguros Cardif por dez anos — “o que aumentou em mais de R$ 1 bilhão a sua posição de caixa”.

A Ativa tem recomendação neutra para MGLU3, com preço-alvo em R$ 4,20, enquanto a Empiricus tem uma aposta pequena nas ações na carteira recomendada para agosto. Em termos de valuation, a Magazine Luiza negocia a oito vezes o valor da firma sobre o Ebitda de 2024.

Magazine Luiza no 2T23

A Magazine Luiza atingiu R$ 14,7 bilhões em vendas totais (+6%) no segundo trimestre. No e-commerce, foram R$ 11 bilhões em vendas, o que implica em um crescimento de 7% contra uma queda de 15% do mercado online brasileiro. “Ou seja, houve ganho de participação de mercado por mais um trimestre”< diz Ferrer. 

Já as lojas físicas, que historicamente são os motores de rentabilidade da companhia, apresentaram um resultado “decepcionante”, diz o analista da Empiricus. As vendas totalizaram R$ 4 bilhões (+3%) e o desempenho das vendas em mesmas lojas (SSS) foi de apenas 2,1%. 

Já sobre o MagaluPay, a fintech processou R$ 23,9 bilhões em transações (+9%). A carteira de crédito atingiu R$ 20 bilhões e a base de cartões somou 6,9 milhões. O lado positivo, segundo Ferrer, é que a inadimplência de curto prazo, que vinha prejudicando os resultados, começou a melhorar — a 3,5%.

 Com isso, a Magazine Luiza apresentou uma margem Ebitda de 5,1% (-0,6 ponto percentual) E O Ebitda do trimestre foi de R$ 440 milhões.

Procurada pelo Money Times, a empresa afirmou que não se manifestará sobre o conteúdo desta matéria.

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