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Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) no lucro ou com prejuízo? Veja o que esperar do 3T22

17 out 2022, 11:20 - atualizado em 17 out 2022, 11:28
Magazine Luiza varejistas
Magazine Luiza, Via e Americanas divulgam seus números no dia 10 de novembro. O que esperar do resultado das varejistas? (Imagem: Reprodução/Magazine Luiza/ Via)

Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) foram as grandes surpresas da temporada de balanços do segundo trimestre.

Apesar dos números fracos, as companhias mostraram sinais de melhora, que junto com o fim do ciclo de alta dos juros, deram fôlego para os papéis dispararem.

Mas o que o terceiro trimestre reserva para essas companhias? Analistas consultados pelo Money Times veem cifras melhores para o período. Porém, o juro alto ainda deve afetar o poder de compra do brasileiro e, por tabela, os resultados das companhias.

Magazine Luiza, ViaAmericanas divulgam seus números no dia 10 de novembro.

Continuação da melhora

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, espera que os resultados sejam bons, principalmente para a Americanas, com uma alta de até 10% nas receitas. Além disso, o Ebitda, que mede o resultado operacional, também deverá avançar, mas um pouco diferente para cada empresa.

“Somente no lucro líquido deve ter uma diferença mais relevante. Magazine Luiza a Via têm uma incerteza alta por causa do aumento dos juros. Já a Americanas tem nível de alavancagem e despesa com dívidas um pouco menor, então o resultado deve ser melhor”, afirma.

Para João Abdouni, da Inv, a expectativa para o Magazine Luiza, por exemplo, é que a empresa continue apresentando melhora no caixa. A projeção é que a empresa comece a crescer à medida que os juros voltem a cair. Economistas veem isso acontecer por volta do meio de 2023.

Apesar disso, ele vê um pequeno prejuízo para o Magazine Luiza. A empresa vem apresentando prejuízos desde o primeiro trimestre de 2022.

Desafios para Magazine Luiza, Via e Americanas

Mesmo que o cenário macro tenha melhorado, com a queda da inflação e fim do ciclo de juros, os analistas explicam que o poder de compra dos brasileiros, fundamental principalmente para Magalu e Via, não voltará de uma hora para outra.

“Quando nós olhamos o volume de vendas, vemos que não houve uma melhora tão significativa assim. Os desafios com competição continuam altos e as despesas com logística para melhorar o nível de serviço vão demandar bastante investimentos das empresas”, explica Komura, da Ouro Preto.

Em sua visão, as despesas financeiras vão pesar para essas companhias. Além disso, o analista destaca que quando se olha o Magazine Luiza, por exemplo, a parte financeira de crediário pode ter um aumento de inadimplência dado que a inflação continua alta e pegando no bolso da população.

Felipe Leão, especialista em renda variável da Valor Investimentos, também ressalta que a taxa de juros alta, por mais que esteja recuando, corrói o poder de compra do consumidor e afeta os resultados dessas empresas.

O pior já passou?

A recente recuperação do Magazine Luiza, que disparou mais de 100% desde o seu pior momento no ano, e da Via deu a sensação de que o pior ficou para trás.

Mesmo assim, Komura pondera que o Magalu ainda precisa lidar com a alta da concorrência e com as lojas físicas, que segundo o analista, precisam de reformas para serem mais lucrativas. Já a Via possui como principal ponto de atenção suas dívidas trabalhistas.

“Os problemas continuam, mas talvez o ambiente macro de juros chegando ao pico, com a inflação arrefecendo mais para frente e com perspectivas de melhoria no futuro, ajudou e deve continuar ajudando as ações. Mas não acreditamos que os papéis do Magazine Luiza vão voltar para os R$ 25”, discorre.

Leão, da Valor, coloca que a alta das ações nas últimas semanas foi algo mais técnico do que estrutural.

“Os investidores migraram de papéis que subiam muito para empresas mais descontadas em bolsa. Não necessariamente será um crescimento sustentável porque essas perspectivas de juros e inflação mais controladas não serão suficientes para dar início a uma recuperação maior nos ativos”, argumenta.

Ele vê sinais de melhora no cenário macro que podem ajudar as empresas a terem um bom desempenho no fim de ano, mas a Valor Investimentos continua neutro nesses papéis.

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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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