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Mesmo em meio à crise, Ambev consegue se reinventar e construir novas vias de crescimento

29 jul 2021, 18:23 - atualizado em 29 jul 2021, 18:23
Ambev-Cerveja
Apesar da pressão de custos, a Ambev tem conseguido se destacar ao investir bastante em iniciativas de inovação (Imagem: Ambev/Divulgação)

A Ambev (ABEV3) não decepcionou e entregou mais um trimestre de números robustos. No geral, os resultados do segundo trimestre do ano da companhia alcançaram as estimativas dos analistas, embora a pressão nas margens tenha decepcionado.

A XP Investimentos reforçou seu otimismo com o nome. A corretora chamou atenção para a capacidade da cervejaria de enfrentar uma das maiores crises da história enquanto muda seu DNA e cria novas avenidas de crescimento para o futuro.

Apesar da pressão de custos, a Ambev tem conseguido se destacar ao investir bastante em iniciativas de inovação e uma base de clientes atomizada, além de focar em um portfólio mais desenvolvido.

“A pressão de custos segue como principal desafio, com preços altos para a maioria das matérias-primas e real desvalorizado frente ao dólar, variáveis que afetam todas as empresas do setor. No entanto, por meio de suas iniciativas de inovação (BEES, Zé Delivery, Donus), capilaridade comercial, base de clientes atomizada e processo contínuo de desenvolvimento de portfólio, especialmente no core-plus, acreditamos que a Ambev continua a superar seus pares”, defendeu a XP, que reiterou a compra dos papéis da cervejaria, com preço-alvo de R$ 20.

Dinâmica de custos

Para a Ágora Investimentos, a pressão nos custos pode ser uma coisa positiva para a Ambev.

“Embora contra-intuitivo, acreditamos que a pressão de custos que a Ambev está enfrentando com as matérias-primas será positiva para os resultados no futuro, pois está permitindo que a empresa aumente os preços, que historicamente se fixam/continuam a aumentar mesmo quando os custos caem, impulsionando os lucros futuros”, disse.

Ambev
Segundo a Ativa Investimentos, é preciso monitorar o aumento das despesas, visto que elas tendem a impactar diretamente a rentabilidade da Ambev (Imagem: REUTERS/Divulgação)

A Ativa Investimentos e o Itaú BBA adotaram uma postura mais cautelosa sobre a dinâmica de custos da companhia. Na opinião da Ativa, que manteve a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 17, é preciso monitorar o aumento das despesas, visto que elas tendem a impactar diretamente a rentabilidade da Ambev.

O Itaú BBA rebaixou a recomendação da cervejaria para market perform (desempenho esperado em linha com a média do mercado). Segundo a instituição, descobrir se os investimentos em novas iniciativas vão trazer frutos no médio/longo prazo será peça-chave para a tese da companhia. Além disso, os analistas acreditam que, após o primeiro trimestre, a dinâmica deve esfriar um pouco.

Alinhado aos comentários mais otimistas, o BTG Pactual (BPAC11) chamou atenção para os resultados que a Ambev está ganhando com as iniciativas comerciais, refletindo o bom momento dos volumes e dos preços. O banco ressaltou, no entanto, que as iniciativas ainda não refletem uma melhora equivalente de lucros. Ele também acredita que parte da performance comercial não é estrutural.

“‘Tradando’ acima do histórico em termos de P/E (Price to Earnings – Preço sobre Lucro), reafirmamos o neutro”, concluiu.

A Ambev mais que dobrou seu lucro no segundo trimestre de 2021. O montante atingiu quase R$ 3 bilhões, representando um salto de 115,9% em relação a um ano antes.

O Ebtida, que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, teve crescimento de 24% e totalizou R$ 5,2 bilhões.

A receita líquida mostrou ganhos de 36%, impulsionada por iniciativas de “premiunização”, inovação e gestão de receita. A Ambev reportou os maiores volumes consolidados já registrados em um segundo trimestre.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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