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Meta (META) vira escolha principal entre big techs após 2T23; ‘deixou todo mercado positivamente perplexo’

27 jul 2023, 13:47 - atualizado em 27 jul 2023, 13:49
Meta Facebook
A Meta reportou resultados que deixaram analistas de ‘queixo caído’ (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

A Meta Platforms (META) divulgou na quarta-feira (26) os resultados corporativos referentes ao segundo trimestre de 2023, passando confortavelmente pelo crivo do mercado.

As ações da holding do Facebook disparam 6,59% no início da tarde desta quinta-feira (27), estendendo o movimento do after market.



A Meta superou as expectativas mais altistas para o trimestre e, de quebra, reportou um guidance para o terceiro trimestre que soou como música para os ouvidos dos analistas que acompanharam a teleconferência e também para os mercados em geral.

A cifra de US$ 32 bilhões em receita entre abril e junho representou um crescimento de 11% com relação ao mesmo período de 2022. Agora, a empresa comandada por Mark Zuckerberg espera uma expansão ainda maior para a receita no próximo balanço, estimado entre 15% e 24%.

“Esperávamos que a Meta voltasse à faixa de 20% de crescimento de receita em algum momento, só não esperávamos que fosse tão rápido”, dizem os analistas do Itaú BBA.

A casa de análise ainda rasgou elogios ao tom do CEO da Meta durante a apresentação dos números. “Esse tamanho de comprometimento do fundador é o tipo de impulso que não se encontra por aí”, afirmam.

Além dos números de receita surpreendentes, o lucro por ação (EPS) de US$ 2,98 veio cerca de 3% acima do esperado pelos analistas. “É o melhor resultado da Meta em 12 meses. Deixou todo o mercado positivamente perplexo”, classifica Richard Camargo, da Empiricus Research. 

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Meta no 2T23: O ‘melhor resultado dos últimos 12 meses’ em 3 pontos

Reels empareda o TikTok

Lançado há menos de 2 anos, o produto que possui 200 bilhões de visualizações por dia já gera uma receita anualizada de US$ 10 bilhões à companhia parental.

Esse é exatamente a receita que o TikTok gerou em 2022. “Ou seja, há uma possibilidade grande de o Reels se tornar maior que o seu arquirrival nos próximos meses”, coloca Camargo, da Empiricus.

Outro dado que impressionou os analistas sobre o Reels é a aderência de anunciantes ao produto. Cerca de 75% de todos os anunciantes que trabalham com a Meta utilizam o formato de vídeos curtos acoplados ao Instagram e ao Facebook para alcançar o seus públicos.

Mais de 3 bilhões de usuários na “família de aplicativos” e volta do apetite por anúncios

A quantidade de usuários ativos mensalmente na divisão “família de aplicativos”, que consolida as operações de Instagram, Facebook e Whatsapp, alcançou 3,88 bilhões de pessoas, aumento de 6,3% na comparação anual.

A quantidade de impressões (anúncios) entre as plataformas cresceu 34%, enquanto o preço médio por anúncio diminuiu 16% na comparação com segundo trimestre do ano passado.

Reality Labs continua gerando dor de cabeça

“Quanto mais o tempo passa, mais cético os investidores se tornam com o sucesso dessa ousada aposta”, diz Camargo sobre a ‘polêmica’ divisão de realidade aumentada da Meta.

Na teleconferência, Mark se defendeu em vários momentos, lembrando aos investidores que o capital de investimento do Reality Labs continuará elevado, já que visa resolver problemas complexos de hardware, como o peso geral do equipamento, sua potência e a qualidade dos seus sensores. 

No que era de esperar, a mensagem causou desconforto para os analistas e investidores, já preocupados com o pobre desempenho da linha da companhia. A divisão gerou US$ 276 milhões em receitas, uma queda de 61% na comparação anual e um prejuízo operacional de US$ 3,7 bilhões.

A empresa deve lançar até o final do ano o Quaest 3, o seu produto para competir com o ‘headset’ Vision Pro da Apple. “Ou é isso, ou ficará feio para Meta, dado que a Apple já subiu a barra sobre o que esperar de um dispositivo de realidade aumentada e virtual”, diz Camargo.

Meta Platforms: nova top pick do Itaú BBA

Os números reportados durante o trimestre, contemplando expansão de margens, crescimento de receita em duplo dígito e guidance ambicioso levam o Itaú BBA a atualizar a sua tese de investimento sobre a Meta, tornando-a a principal escolha entre as big techs.

Com preço-alvo de US$ 319 para o fim de 2023, o banco mira em um potencial adicional de 19%, abrindo espaço, inclusive, para novas revisões altistas ao decorrer do segundo semestre. “A Meta parece ter a melhor relação risco-retorno das big techs neste momento”, dizem os analistas.

No ano, as ações da big tech subiram mais de 155%, figurando entre as maiores altas de todo o S&P 500.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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