Investimentos

México abre mercado de Taiwan para títulos da América Latina

07 jan 2021, 12:29 - atualizado em 07 jan 2021, 12:29
México
Considerado pioneiro dos mercados de capitais entre emergentes, o México pode abrir portas para outros países com grau de investimento que buscam diversificar suas fontes de financiamento (Imagem: Pixabay)

A primeira emissão de títulos soberanos do México destinada a investidores taiwaneses pode abrir a porta para outros países latino-americanos com grau de investimento, como Chile e Peru, segundo o HSBC.

A primeira venda do país de US$ 3 bilhões em títulos de 50 anos listados em Taiwan recebeu ordens de US$ 10 bilhões, de acordo com a Secretaria da Fazenda do México, e com rendimento menor do que inicialmente esperado. Cerca de 48% da oferta ficou com 10 investidores de Taiwan, a maioria seguradoras, segundo o emissor. Deutsche Bank, Goldman Sachs, HSBC e Morgan Stanley coordenaram a venda, também listada em Luxemburgo, por meio das filiais em Taiwan.

Considerado pioneiro dos mercados de capitais entre emergentes, o México pode abrir portas para outros países com grau de investimento que buscam diversificar suas fontes de financiamento, especialmente com dívidas de longa duração, disse Alexei Remizov, responsável por mercado de capitais de dívidas da América Latina do HSBC. Seguradoras taiwanesas geralmente preferem que ativos de longo prazo sejam equivalentes aos passivos, e tendem a manter os títulos até o vencimento.

“Países como Chile, Peru e talvez até Panamá, que têm grau de investimento sólido, podem seguir o México no acesso ao mercado de Taiwan”, disse Remizov em entrevista por telefone na segunda-feira. “O que é atraente para emissores da América Latina é a demanda por ofertas de longo prazo, porque os compradores são principalmente seguradoras de vida”.

Taiwan, Cidades
Os investidores taiwaneses estão em busca de rendimento diante das taxas de juros ultrabaixas (Imagem: Unsplash/@remiyuan)

Os investidores taiwaneses, que já compram títulos de dívida com grau de investimento dos EUA, estão em busca de rendimento diante das taxas de juros ultrabaixas.

“Normalmente, esses investidores são muito dedicados e, uma vez que façam a diligência prévia e abram linhas de crédito para comprar ativos de emissores específicos, costumam fazer isso de maneira contínua”, disse Remizov.

Embora outros países latino-americanas não tenham emitido os chamados títulos Formosa, que estão listados em Taiwan, mas são denominados principalmente em dólares, a concessionária estatal mexicana Comisión Federal de Electricidad e a mineradora chilena Codelco já fizeram emissões. Não é esperada uma grande corrida de emissores latino-americanos, visto que o mercado é limitado a dívidas de maior qualidade.

Emissores como Israel e Catar venderam títulos Formosa no ano passado, levantando um recorde de US$ 54 bilhões no total, mais que o dobro do que foi captado em 2019, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A gigante de entretenimento e telecomunicações AT&T vendeu US$ 4,1 bilhões em títulos Formosa em 2020, enquanto a Verizon Communications levantou US$ 3,5 bilhões.

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