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Neoenergia prevê poupar R$ 400 mi após aderir a programa do BNDES que suspende pagamentos

28 abr 2020, 14:42 - atualizado em 28 abr 2020, 14:48
Neoenergia
A medida da elétrica, controlada pela espanhola Iberdrola, soma-se a outras ações que visam preservar caixa em meio às incertezas geradas pela pandemia (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

A Neoenergia (NEOE3) prevê reduzir em 400 milhões de reais os desembolsos previstos para 2020 após ter aderido a programa do BNDES que prevê suspensão temporária do pagamento de empréstimos como forma de aliviar impactos do coronavírus sobre empresas.

A medida da elétrica, controlada pela espanhola Iberdrola, soma-se a outras ações que visam preservar caixa em meio às incertezas geradas pela pandemia, disse o diretor de Controle Patrimonial e Planejamento da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, em teleconferência com analistas e investidores nesta terça-feira.

“Foco em caixa tem sido nosso mantra aqui desde o início da crise”, afirmou o executivo, sem detalhar de imediato quais financiamentos serão temporariamente suspensos.

O programa do BNDES prevê suspensão por até seis meses das amortizações de financiamentos, medida conhecida no mercado como “standstill”.

Para manter caixa em suas unidades de distribuição de eletricidade, a Neoenergia ainda decidiu postergar para dezembro o pagamento de juros e capital próprio dessas subsidiárias, que seria direcionado à holding.

Essas medidas permitem à empresa uma posição “confortável” de liquidez, segundo o diretor, que destacou que a Neoenergia tem atualmente quase 4,7 bilhões de reais em caixa e acesso a um total de cerca de 11 bilhões de reais se considerados também empréstimos já aptos a desembolso.

Do lado dos volumes, houve recuo também de 12% na energia injetada nas distribuidoras do grupo, afirmou Capelastegui, durante a teleconferência

Impactos do coronavírus

A Neoenergia viu queda de arrecadação de cerca de 12% nas distribuidoras de energia do grupo desde meados de março, com uma maior inadimplência associada aos impactos econômicos da pandemia de coronavírus, disse o diretor de Planejamento.

Do lado dos volumes, houve recuo também de 12% na energia injetada nas distribuidoras do grupo, afirmou Capelastegui, durante a teleconferência.

Em meio aos fortes impactos sobre o mercado, empresas de energia têm conversado com o governo sobre medidas que possam aliviar o caixa do segmento no curto prazo.

A presidente-adjunta da Neoenergia, Solange Ribeiro, disse que está em contato com o governo sobre o tema e que as medidas de apoio ao setor de distribuição devem incluir um empréstimo junto a bancos e possivelmente o uso de outros recursos, como receitas que as empresas teriam que destinar no futuro a projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

“Acredito que nas próximas duas semanas isso deve estar definido”, afirmou.

A Neoenergia registrou lucro líquido de 577 milhões de reais no primeiro trimestre de 2020, avanço de 17% em relação a igual período do ano passado, segundo balanço divulgado na noite de segunda-feira.

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