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Nexpe (NEXP3) desaba 47% após entrar com pedido de recuperação judicial

14 fev 2023, 19:48 - atualizado em 14 fev 2023, 19:49
Prédio Imóveis
Ações da Nexpe desabam na Bolsa após pedido de recuperação judicial (Imagem: Pixabay/ArtisticOperations)

As ações da Nexpe Participações (NEXP3), ex-Brasil Brokers, caíram forte nesta terça-feira (14), após a companhia anunciar que entrou com um pedido de recuperação judicial.

O papel da empresa do setor imobiliário desabou 47,02%, negociado a R$ 4,80.

Em fato relevante divulgado pela manhã, a companhia, informou que ajuizou, em conjunto com suas subsdiárias (Abyara Brokers, Basimóvel Consultoria Imobiliária, Bamberg Imóveis, Global Consultoria Imobiliária, MF Consultoria Imobiliária, Tropical Corretora e Consultoria Imobiliária e Niterói Administradora de Imóveis), um pedido de recuperação judicial perante a 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca de São Paulo.

O pedido foi feito em caráter de urgência pelo acionista controlador e pelos sócios quotistas das demais empresas do grupo, em meio a uma série de esforços adotados a fim de diminuir os impactos negativos causados pelas contingências trabalhistas da Nexpe e pela queda do faturamento no mercado imobiliário durante a pandemia de Covid-19.

“A companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros envidará seus melhores esforços para a condução da Recuperação Judicial a fim de que a transitória crise financeira enfrentada pela companhia e pelas demais empresas do Grupo Nexpe seja superada o mais rápido possível”, disse a Nexpe, no comunicado.

O pedido de recuperação judicial, aprovado em reunião do conselho de administração, será submetido para ratificação em assembleia geral da companhia.

Empresas em dívida

O anúncio da Nexpe ocorre após a falência da Livraria Cultura e a detecção de um rombo contábil de R$ 20 bilhões nos resultados da Americanas (AMER3) que levou a varejista a entrar com um pedido de recuperação judicial.

Em paralelo, a Oi (OIBR3) está em processo de negociação com credores para o refinanciamento de suas dívidas, mas entrou com pedido de tutela cautelar para proteger seu caixa enquanto não consegue quitar os valores devidos.

Conforme previsto em lei, os efeitos de uma decisão cautelar podem durar até 30 dias. Após o prazo, a empresa resolve a situação com os credores ou parte para um pedido de recuperação judicial.

Segundo Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos, o caso da Americanas que se disseminou em janeiro abre caminho para que outras empresas adotem o “método” de recorrer à recuperação judicial em caso de falha nas negociações, mas também faz com que elas sejam mais cautelosas – e o mercado também.

A isso, Brasil cita o caso da Lojas Marisa (AMAR3), que recentemente anunciou a contratação da BR Partners (BRBI11) para assessorar no processo de renegociação das dívidas da companhia.

O anúncio da varejista de moda não significa necessariamente que a empresa chegará a uma recuperação judicial; na verdade, mostra que, antes de recorrer à decisão, tentará uma reestruturação, avalia o especialista.

“Melhor isso do que chegar a um ponto em que uma auditoria ‘não olhou’ ou chegar ao fundo do poço e não ter como negociar, que seria o caso da Americanas”, afirma.

A forte reação dos investidores ao anúncio do pedido de recuperação judicial da Nexpe não surpreende. Brasil destaca que empresas em recuperação judicial dificilmente dão a volta por cima.

“O processo é muito lento quando dá certo. E quando dá errado também. O normal é ver essas ações sangrando, sangrando, sangrando no longo prazo. A não ser que mude, que apresente resultado de lucro, alguma coisa fora do normal”, diz o fundador da Gava.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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