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Nubank (NU): Fundo de reserva imediata perde 178 mil cotistas e sofre saque de R$ 800 milhões; entenda o caso

26 jan 2023, 13:49 - atualizado em 27 jan 2023, 7:58
Nubank
Fundo do Nubank voltado à reserva de emergência perde 178 mil investidores e ainda segue como o maior em número de cotistas. (Imagem: Divulgação/ Nubank)

O fundo de investimento do Nubank (NU) voltado para a reserva de emergência, o Nu Reserva Imediata, perdeu quase 180 mil cotistas e teve saque de R$ 800 milhões. As perdas ocorreram desde que o escândalo da Americanas (AMER3) afetou a rentabilidade em produtos de renda fixa.

Embora o fundo do Nubank seja classificado como de baixo risco, a presença de debêntures emitidas pelas Americanas no portfólio do fundo provocou a desvalorização das cotas do Nu Reserva Imediata.

Ou seja, o escândalo contábil da varejista, que atualmente exibe dívida de cerca de R$ 40 bilhões e pediu recuperação judicial, também trouxe impactos para além de suas ações listadas na bolsa brasileira.

Portanto, quem emprestou dinheiro à varejista através das debêntures também perdeu muito dinheiro. E isso inclui muitos investidores que usam o fundo para guardar dinheiro, contando com a rentabilidade previsível.

Isso porque o fundo de reserva de emergência do Nubank é um dos credores que emprestou dinheiro à Americanas. Ainda assim, ao menos 1% do seu portfólio era composto por debêntures da varejista.

O que vai acontecer com o Nubank?

Mesmo com muitos investidores deixando o fundo, o Nubank ainda possui o maior número de cotistas do Brasil, com cerca de 1,1 milhão de cotistas e R$ 2 bilhões em patrimônio líquido sob gestão.

O Nu Reserva Imediata, cujo aporte mínimo é de apenas R$ 1, existe há pouco mais de um ano. Nesse período, a rentabilidade do fundo foi de 108% do CDI, batendo inclusive os ganhos no Tesouro Selic (título público no Tesouro Direto com liquidez diária).

A rentabilidade do fundo conseguiu superar o Tesouro Selic em 2022, já que 18,61% do patrimônio dos investidores esteve exposto à debêntures emitidas por diferentes empresas, sendo uma delas a própria Americanas.

Ainda assim, o episódio com a empresa mostrou a importância de entender como funciona a composição dos fundos de investimento antes de sair aplicando dinheiro.

A gestora do banco afirmou, em nota, que o fundo se encontra em posição de solidez financeira, com percentual relevante em ativos de altíssima liquidez para absorver impactos como o de evento específico que afetou centenas de fundos de investimentos.

“O Nu Reserva Imediata já mostra recuperação, com registro sequencial de valor positivo das cotas. Reafirmamos que este fundo segue trajetória de rentabilidade de longo prazo, apoiada em estratégia de diversificação de ativos”, completa a Nu Asset Management.

Afinal, o fundo gerido pelo Nubank não foi o único a sofrer com a desvalorização das debêntures da Americanas. Ou seja, quanto maior a posição dos fundos de investimento nos ativos da varejista, maior o impacto no bolso dos cotistas.

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Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
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