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Nubank (NUBR33): Por que os mercados se encantaram com resultados; Itaú faz revisão ‘histórica’

16 maio 2023, 12:45 - atualizado em 16 maio 2023, 14:48
Nubank
Nubank reportou resultados do primeiro trimestre de 2023 — e os mercados gostaram do que viram. (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

Os resultados corporativos do Nubank (NU;NUBR33) divulgados ontem causaram uma surpresa positiva aos mercados. Por volta das 11h30, o papel disparava 8,2% na Bolsa de Nova York; a BDR do ‘roxinho’ negociada na B3 também acompanha a euforia, e subia 6,6%.

Na última 1h, os papéis da empresa perderam força, em consonância com a maior aversão no mercado externo.



De toda forma, na avaliação de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a fintech teve sucesso em apresentar maior robustez financeira e lucros líquidos crescentes.

A receita líquida saiu de US$ 1,45 bilhão para US$ 1,62 bilhão na base trimestral, bem acima do US$ 1,39 bilhão previsto pelos analistas; na base anual, o avanço da receita é de 87%.

Em termos de lucro líquido, o Nubank entregou uma cifra de US$ 142 milhões, revertendo um prejuízo de US$ 45 milhões no primeiro trimestre de 2022.

Especificamente no Brasil, o crescimento do lucro líquido foi de US$ 171 milhões no último trimestre. Com isso, o Nubank assegura um retorno sobre patrimônio (ROE) de 37%, um dos maiores do setor financeiro.

A história do trimestre em quatro métricas-chave

Em tempos de fantasmas de liquidez entre bancos, Nubank prova ter capitalização forte. De acordo com o estrategista-chefe da Avenue, o Nubank reforçou posição como um dos players mais capitalizados das Américas, com o Índice de Basiléia — medida que avalia a solidez financeira de um banco, calculando a relação entre o capital próprio do banco e seus ativos ponderados pelo risco —  no Brasil de 18,7%, bem acima do mínimo exigido de 10,5% – e, também, em US$ 2,4 bilhões em caixa.

No final do trimestre, a companhia tinha uma carteira de US$ 5,2 bilhões, enquanto os depósitos totais eram três vezes esse valor, em US$ 15,8 bilhões.

Quinta maior instituição financeira da América Latina. O roxinho continua imprimindo um ritmo de expansão acelerado da sua base de clientes nas principais geografias que atua. Ao todo, já são 80 milhões de usuários ativos em sua base, com esmagadora maioria de residentes do Brasil. Por aqui, cerca de 46% de toda a população adulta possui uma conta na fintech.

Mas não para por aí. A fintech apresentou expansão de clientes no México e na Colômbia de, respectivamente, 52% e 200%, considerando os números do primeiro trimestre de 2022.

Inadimplência sobe. O índice de empréstimos atrasados há mais de 90 dias ficou em 5,5% da carteira de crédito. Isso representou um aumento trimestral de 0,3 ponto percentual (30 pontos-base) e anual, de 2 pontos percentuais.

Eficiência no controle de gastos aumentam rendimento recebido através de investimento (NII). Os rendimentos do Nubank obtidos por meio de produtos financeiros (renda fixa, mercado de ações) subiram 18% no primeiro trimestre do ano.

Por trás do número, está a forte eficiência da plataforma operacional, que mantém um custo médio mensal de atendimento de US$ 0,8 por cliente ativo.

Vale a pena comprar Nubank?

Itaú BBA elevou recomendação para compra pela primeira vez desde IPO do papel. Surpresas positivas do lado do NII e dos custos, bem como uma provisão de crédito mais conservadora para devedores duvidosos, levaram a corretora a revisar sua tese sobre o papel do Nubank.

Projetando um potencial de alta de 60%, a casa de análise conduz a primeira recomendação de compra do roxinho desde a abertura de capital da empresa no início de 2022.

Já a Empiricus vê valuation esticado. Para a analista Larissa Quaresma, a companhia está executando o foco em rentabilidade, mesmo que isso custe alguma desaceleração em crescimento. Segundo a analista, após o rali de 51% no ano, o múltiplo de 6,3x valor patrimonial (cálculo da Empiricus) deixa pouca margem para ganhos futuros.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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