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O maior atrativo e o maior perigo do mercado de criptomoedas, segundo especialistas

20 ago 2022, 16:32 - atualizado em 20 ago 2022, 16:32
criptomoedas
A possibilidade de cair em armadilhas sociais ligadas a criptomoedas pode atingir até mesmo investidores experientes. (Imagem: Pexels/DS Stories)

A investidora do varejo em criptomoedas Tiffany Fong pode até já ter superado as perdas que teve com a queda do mercado cripto neste ano, mas a investidora ainda tem ressentimentos por ter perdido US$ 200 mil com o colapso da Celsius Network, empresa de empréstimos cripto.

“É vergonhoso, só porque estou em cripto há muito tempo”, disse ela ao Business Insider. “Foi uma decisão de iniciante colocar todo aquele dinheiro em uma plataforma centralizada, ao invés de colocar nas minhas carteiras frias”.

Carteiras frias (“cold wallets”, em inglês) são carteiras de armazenamento de criptomoedas que não permanecem conectadas à internet e, portanto, são mais difíceis de serem hackeadas.

O processo de falência da credora de criptomoedas atingiu não só Fong, como também diversos outros investidores que disseram ter sido enganados pelas declarações do CEO da companhia, Alex Mashinsky, dizendo que Celsius era mais segura que outros investimentos.

Segundo Business Insider, redes sociais e a própria natureza pública das criptomoedas aumentam a atração e o perigo desse mercado. Parte disso deve-se ao fato de que empresas cripto impulsionam sua popularidade com frequência, junto ao senso de comunidade, para obter novos investidores.

Senso de “comunidade”

A possibilidade de cair em armadilhas sociais ligadas a projetos ou empresas de criptomoedas pode atingir até mesmo investidores experientes nesse mercado.

Tiffany Fong, por exemplo, disse que se sente enganada por influenciadores que reforçavam a imagem de Celsius nas redes sociais.

Uma pesquisa feita por Uptal Dhlokia, professor de marketing que estuda a psicologia do consumidor na Rice University, mostra que a pressão social pode levar investidores a se envolverem em projetos mais arriscados do que normalmente se envolveriam.

Segundo o professor universitário, essas pessoas tendem a formar um senso de comunidade e de pertencimento em grupos de pessoas que são completamente desconhecidas.

Além disso, “elas acreditam que terão o apoio dessa comunidade de estranhos, se algo der errado”, acrescentou Dhlokia.

No entanto, essa crença pode custar caro – haja visto que Celsius Network deve US$ 4,7 bilhões a usuários.

Clientes da empresa falida enviaram cartas ao tribunal, com alguns dizendo ter desistido de receberem algum valor de Celsius e lamentando a perda do senso de comunidade.

“Sempre fui um investidor muito conservador e investi SOMENTE na Celsius, porque Alex Mashinsky afirmou continuamente, toda sexta-feira, que eles são seguros”, escreveu um usuário da Celsius Network, referindo-se às sessões que o CEO da empresa tinha com a comunidade.

Investidores em criptomoedas e FOMO

Conforme Business Insider, uma pesquisa feita no ano passado sobre as motivações psicológicas de negociadores de criptomoedas aponta que os investidores desse mercado são influenciados por pressões sociais – sendo o medo de ficar de fora (“FOMO”, na sigla em inglês) uma das maiores delas.

O fato de as criptomoedas e as redes sociais terem surgido por volta da mesma época as torna conectadas.

As atividades em redes sociais também podem influenciar diretamente o preço das criptomoedas, segundo Paul Delfabbro, cofundador da pesquisa sobre motivações psicológicas.

Um exemplo muito conhecido dessa interligação são os tuítes do homem mais rico do mundo – Elon Musk – sobre a criptomoeda de meme Dogecoin (DOGE).

Muitas vezes, Musk teceu comentários sobre DOGE no Twitter, impulsionando quase que imediatamente o preço da criptomoeda. Porém, o aumento repentino não se sustentava, levando a uma queda de mesma proporção pouco tempo depois.

*Com informações de Business Insider

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