Fundos de Investimento

“O mercado está mais barato, mas não estupidamente barato”, diz Fundo Verde

12 set 2021, 10:58 - atualizado em 12 set 2021, 10:58
Luís Stuhlberger, gestor do Fundo Verde
Segundo o fundo, que possui mais de R$ 54 bilhões de ativos sob gestão, o cenário local continua com doses altíssimas de incerteza (Imagem: Reprodução/ IFL)

Há prêmio suficiente no mercado e ele está mais barato, mas não estupidamente barato, afirma o Fundo Verde em seu relatório de gestão para setembro divulgado na última semana. 

Segundo o fundo, que possui mais de R$ 54 bilhões de ativos sob gestão, o cenário local continua com doses altíssimas de incerteza.

“O governo estimula as chamas de uma crise institucional, que leva à corrosão dos pilares do equilíbrio fiscal, num contexto macroeconômico de complexidade acima do normal: pior ano de chuvas nas séries históricas, geadas em partes do país e problemas globais com cadeias de suprimento”, aponta.

Dessa forma, o mercado segue aumentando o prêmio de risco exigido no preço dos ativos – uma maneira elegante de dizer que os preços de todos ativos brasileiros caíram, acrescenta. 

Apesar do cenário mais difícil, o relatório informa que há boas perspectivas para os lucros, pelo menos no horizonte de curto prazo, suportado pela contínua reabertura da economia conforme a vacinação avança e a vida retoma a algo que lembra o “normal”.

“Já do lado da taxa de desconto (ou do valuation), temos uma alta muito forte das taxas de juros na curva, estimulada por inflação persistente e maior risco fiscal, com os constantes ataques ao teto dos gastos. Nessa disputa, a taxa de desconto tem ganhado e por isso o mercado acionário brasileiro se encontra em queda no ano”, completa.

Ações

Em agosto, o portfólio de ações do fundo caiu 0,84% contra uma queda de 2,48% do Ibovespa

“A percepção de que o governo está cada vez menos comprometido em cumprir o teto de gastos, o impasse sobre o orçamento da União para 2022 e as turbulências políticas fizeram a Bolsa brasileira ter mais uma queda em agosto”, diz.

As principais contribuições positivas no mês vieram dos investimentos em Suzano (SUZB3), Mercado Livre e Equatorial (EQTL3). As contribuições negativas foram dispersas, sendo a C&A (CEAB3) a maior delas.

“A Suzano tem um competente time de gestão e bastante eficiência em custo de produção de celulose. Além ser um excelente investimento, a empresa oferece proteção ao fundo em caso de deterioração fiscal do país”, completa.

No caso da Equatorial, o fundo argumenta que a elétrica tem um time de gestão excepcional, além de excelência na operação de ativos e na alocação de capital.

Sobre a entrada da empresa no saneamento, o Verde diz que o setor vive o início de uma grande transformação no país, com diversas concessões passando à iniciativa privada.

A companhia venceu o leilão de concessão dos serviços de água e esgoto no Amapá.

“Esse movimento foi viabilizado pela evolução do arcabouço regulatório e pela percepção da sociedade de que este é o caminho mais eficiente para atender a população”, completa.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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