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Investigação aponta riqueza em paraísos fiscais de autoridades; Guedes e Campos Neto são citados

04 out 2021, 10:15 - atualizado em 04 out 2021, 10:19
Paulo Guedes
De acordo com a revista, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão entre as autoridades com envolvimento com empresas em paraísos fiscais (Imagem: Flickr/Alan Santos/PR)

Um vazamento maciço de documentos financeiros que foram publicados por várias grandes organizações de notícias no domingo supostamente ligam líderes mundiais a riquezas acumuladas em segredo, entre eles o rei Abdullah da Jordânia, o primeiro-ministro tcheco Andrej Babis e associados do presidente russo Vladimir Putin.

De acordo com a revista piauí, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, estão entre as autoridades com envolvimento com empresas em paraísos fiscais.

Totalizando mais de 11,9 milhões de registros, que representam cerca de 2,94 terabytes de dados, os papeis surgem cinco anos depois de o vazamento conhecido com “Panama Papers” expor como o dinheiro era ocultado pelos ricos de maneiras que as agências reguladoras não conseguiam detectar.

O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), uma rede de repórteres e organizações de mídia sediada em Washington, disse que os arquivos estão ligados a cerca de 35 líderes nacionais atuais e antigos e mais de 330 políticos e autoridades públicas de 91 países e territórios.

A entidade não disse como os arquivos foram obtidos, e a Reuters não conseguiu verificar de forma independente as alegações ou os documentos detalhados pelo consórcio.

O rei jordaniano Abdullah, um aliado próximo dos Estados Unidos, supostamente usou contas em paraísos fiscais para gastar mais de 100 milhões de dólares em residências de luxo nos EUA e no Reino Unido.

“Não é segredo que Sua Majestade possui vários apartamentos e residências nos Estados Unidos e no Reino Unido. Isto não é incomum nem impróprio”, disse o palácio real jordaniano em um comunicado.

O jornal Washington Post, que é parte do consórcio, também noticiou o caso de Svetlana Krivonogikh, uma russa que disse ter se tornado proprietária de um apartamento em Mônaco através de uma empresa de um paraíso fiscal incorporada na ilha caribenha de Tortola em abril de 2003, poucas semanas depois de dar à luz uma menina.

À época, ela estava em um relacionamento secreto de anos de duração com Putin, disse o jornal, citando o veículo investigativo russo Proekt.

Ainda segundo o Post, Krivonogikh, sua filha e o Kremlin não responderam a pedidos de comentário.

Dias antes da eleição parlamentar de 8 e 9 de outubro da República Tcheca, os documentos supostamente ligaram o premiê do país a uma propriedade secreta de 22 milhões de dólares em um vilarejo montanhoso próximo de Cannes, na França.

Em um debate televisionado no domingo, Babis negou qualquer irregularidade.

“O dinheiro saiu de um banco tcheco, foi taxado, era meu dinheiro, e voltou a um banco tcheco”, afirmou.

Os documentos também mostraram como o empresário indiano Anil Ambani e seus representantes adquiriram ao menos 18 empresas em paraísos fiscais em Jersey, nas Ilhas Virgens Britânicas e no Chipre, de acordo com o Indian Express, que integra o ICIJ.

Ambani não respondeu de imediato a um pedido de comentário da Reuters.

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