Economia

Páscoa: Após aumento de 25% em 2021, itens da cesta sobem menos que a inflação este ano

04 abr 2022, 11:46 - atualizado em 04 abr 2022, 11:46
juros, Inflação
A taxa acabou ficando bem abaixo da inflação acumulada entre abril de 2021 e março deste ano pelo IPC-M da FGV (Imagem: Divulgação)

O levantamento anual realizado pelo Instituto Brasileiro da Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre) mostrou que após uma alta superior a 25% no ano passado, os itens típicos que compõem a cesta de Páscoa em 2022 registraram um aumento médio de 3,93%,

A taxa acabou ficando bem abaixo da inflação acumulada entre abril de 2021 e março deste ano pelo IPC-M da FGV, que foi de 9,18%.

Entre os alimentos que mais subiram, estão os de hortifruti, proteínas e importados: couve (21,5%), batata-inglesa (18,43%), sardinha em conserva (16,44%), azeite (15,63%), azeitona em conserva (14,38%) e bacalhau (11,5%).

As menores altas são do atum (3,59%), bombons e chocolate (3,92%) e vinho (6,12%).

Mas o destaque positivo para as compras deste ano é o arroz, cujo preço recuou 12,2% em relação ao ano passado e foi o principal responsável pela desaceleração da cesta como um todo.

Isso porque se retirado da cesta, a inflação dos itens de Páscoa seria de 9,79%, ligeiramente acima da registrada no IPC.

Matheus Peçanha, economista e pesquisador do FGV-Ibre, destaca que a forte alta no ano passado se justifica pelos problemas climáticos na ocasião e pela forte desvalorização cambial, que afetaram tanto a produção nacional do campo como os importados.

“No entanto, o novo problema de monções em 2022 e o fim da seca generalizada fizeram os hortifrutis assumir o protagonismo da inflação e permitiram ao arroz devolver boa parte do aumento sofrido no ano anterior”, diz.

O economista também alerta que o consumidor que vai às compras nos próximos dias para o feriado deve se atentar aos preços praticados.

“A pesquisa não mostra, em definitivo, a elevação dos itens de Páscoa que o consumidor vai encontrar. Só medimos o que aconteceu com os preços dessa cesta específica nos últimos 12 meses, até março deste ano”.

“Além do aumento já registrado de 8,33% do pescado fresco e 9,89% dos ovos, os preços desses itens tradicionais pode subir mais ainda, dada a pressão sazonal da demanda às vésperas da Semana Santa. Além disso, itens não contemplados no escopo do IPC, como os ovos e colombas de Páscoa, devem sofrer igualmente com essa pressão de demanda pela tradição”, acrescentou Peçanha.

Veja a inflação dos principais itens:

Itens Var.% acumulada em 12 meses (abr/20 a mar/21)
Var.% acumulada em 12 meses (abr/21 a mar/22)
IPC/FGV 5,75 9,18
Inflação dos itens de mesa para Páscoa 25,36 3,93
Arroz 60,83 -12,2
Batata-inglessa 27,83 18,43
Cebola 50,87 6,41
Couve 4,37 21,5
Bolo pronto 6,03 7,49
Bombons e chocolates 9,51 3,92
Ovos 12,04 9,89
Pescados frescos 10,01 8,33
Atum 9,48 3,59
Bacalhau 7,29 11,5
Sardinha em consera 16,96 16,44
Azeite 12,62 15,63
Azeitona em conserva 15,99 14,38
Vinho 6,48 6,12

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Jornalista paulistana formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e editora do Money Times. Passou pelas redações da CNN Brasil e TV Globo como produtora, VOCÊ S/A e VOCÊ RH como repórter e Exame.com como redatora estagiária.
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