Commodities

Petrolíferas chinesas podem ser novo alvo de deslistagem nos EUA

04 jan 2021, 14:49 - atualizado em 04 jan 2021, 14:49
A PetroChina e a China Petroleum and Chemical Corp., conhecida como Sinopec, também podem estar sob ameaça, já que o setor de energia é crucial para os militares da China (Imagem: Site/Petrochina)

As maiores petrolíferas chinesas podem ser as próximas na fila para a deslistagem nos Estados Unidos, depois que a Bolsa de Valores de Nova York anunciou na semana passada que excluirá as três maiores empresas de telecomunicações do país asiático.

A Cnooc, maior produtora de petróleo offshore da China, pode correr o maior risco, pois está na lista do Pentágono de empresas que, segundo o departamento, pertencem ou são controladas pelo Exército chinês, de acordo com Henik Fung, analista da Bloomberg Intelligence.

A PetroChina e a China Petroleum and Chemical Corp., conhecida como Sinopec, também podem estar sob ameaça, já que o setor de energia é crucial para os militares da China, disse.

“Mais empresas chinesas podem ser deslistadas nos Estados Unidos e as grandes petrolíferas podem vir como a próxima onda”, disse Steven Leung, diretor executivo da UOB Kay Hian, em Hong Kong. Ao mesmo tempo, o impacto da exclusão das empresas de telecomunicações é provavelmente mínimo, já que eram pouco negociadas nos EUA e não levantaram muitos fundos lá, afirmou.

Um porta-voz da Sinopec não quis comentar. Cnooc e PetroChina não comentaram de imediato, embora a Cnooc tenha dito em documento regulatório em Hong Kong que não está ciente de quaisquer razões para a queda “atípica” do preço das ações na segunda-feira. As ações da Cnooc perderam 1,8% na segunda-feira, enquanto o papel da PetroChina fechou estável. A Sinopec subiu 1,7%.

As três empresas são negociadas principalmente em Hong Kong, embora cada uma tenha recibos de depósito americanos listados em Nova York. Os volumes de negócios são muito maiores em Hong Kong, de acordo com dados da bolsa.

“A conclusão é que o impacto será muito limitado”, disse Neil Beveridge, analista do Sanford C. Bernstein & Co., em Hong Kong. “A maioria dos investidores institucionais investe por meio de ações de Hong Kong, em vez de ADRs nos EUA. A maior desvantagem para os investidores seria a perda de transparência dos registros da SEC.”

A inclusão da Cnooc na lista do Pentágono pode ter relação com a atividade de perfuração no Mar da China Meridional, disse Leo Ho, analista da Daiwa Capital Markets. Se for esse o caso, a PetroChina e a Sinopec correm menos risco de serem atingidas por medidas dos EUA, disse.

A NYSE disse que irá excluir operadoras de telecomunicações para cumprir uma ordem executiva dos EUA, que impõe restrições às empresas identificadas como afiliadas às forças armadas chinesas. As negociações com a China Mobile, China Telecom e China Unicom Hong Kong serão suspensas entre 7 e 11 de janeiro, e os procedimentos para deslistar essas empresas foram iniciados, disse a bolsa.

O governo da China adotará as medidas necessárias para salvaguardar os direitos e interesses das empresas do país, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying, durante conferência de imprensa em Pequim na segunda-feira.

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