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PF combate organização criminosa suspeita de fraudes bilionárias com criptomoedas no Brasil e exterior

06 out 2022, 11:43 - atualizado em 06 out 2022, 11:43
Polícia Federal
(Imagem: Agência Brasil/ Marcelo Camargo)

A Polícia Federal faz nesta quinta-feira (6) operação para investigar crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem transnacional de dinheiro e de organização criminosa. Os investigados são acusados de arquitetar esquema de pirâmide financeira utilizando criptomoedas.

Segundo informações da justiça, o esquema movimentou cerca de R$ 4 bilhões e fez milhares de vítimas no Brasil e o exterior.

Cerca de 100 policiais federais e servidores da Receita Federal, cumprem 20 mandados de busca e apreensão na Operação Poyais nas cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Governador Celso Ramos, Barueri, São José do Rio Preto e Angra dos Reis.

Investigação com cooperação da Interpol

As investigações tiveram início em 2016 após recebimento, pela INTERPOL, de informações e solicitação passiva de cooperação policial internacional.  A agência norte-americana informou à Polícia Federal que uma empresa internacional com atuação nos Estados Unidos, bem como seu principal gerenciador, um brasileiro residente em Curitiba, estavam sendo investigados por envolvimento em conspiração multimilionária de lavagem de capitais a partir de um esquema de pirâmide de investimentos em criptoativos.

Diante das informações e do pedido de cooperação policial internacional, iniciou-se investigação em Curitiba por conta das suspeitas da ocorrência de crimes conexos às fraudes praticados nos EUA pelo brasileiro, notadamente quanto à lavagem transnacional dos recursos ilícitos recebidos no exterior.

Diligências iniciais revelaram que o brasileiro possuía mais de 100 empresas abertas no Brasil vinculadas a ele e, através de seu grupo empresarial, estaria lesando investidores não só no exterior, mas também em território nacional.

Por meio de atuação coordenada entre as autoridades norte-americanas e a Polícia Federal, foram produzidas provas nos EUA, por meio de cooperação jurídica internacional, que auxiliaram a investigação brasileira no sentido de se constatar que o investigado cometia fraudes.

Pirâmide financeira com criptomoedas

No Brasil, constatou-se que o investigado atuou para enganar milhares de vítimas que acreditavam nos serviços por ele prometidos através de suas empresas, os quais consistiam no aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, o investigado levava a erro seus clientes informando possuir grande equipe de traders, que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

Ao longo da investigação, ficou evidenciado que o investigado constituiu verdadeira organização criminosa, inclusive com muitos membros de sua família que também eram funcionários de suas empresas, para se apropriar dos valores investidos, tanto em reais como em criptomoedas, pelas vítimas da fraude.

Simultaneamente, constatou-se que a mesma organização criminosa, com parceiros no exterior, desenvolvia fraude semelhante, porém focada em marketing multinível, nos Estados Unidos da América e em ao menos outros 10 países.

Outra estratégia identificada era a de criação, pelos criminosos, de criptomoedas próprias, as quais também eram comercializadas através das empresas e garantiriam pagamento de retornos mensais extravagantes. Não tardou a se constatar que os criptoativos não possuíam lastros e não tinham liquidez no mercado, sendo usadas unicamente para continuidade das fraudes.

Enquanto parte dos recursos dos clientes era usada para pagamentos das remunerações mensais, o restante era usado pelo investigado e pela organização criminosa para aquisição de imóveis de alto valor, carros de luxo, embarcações, reformas, roupas de grife, joias, viagens e diversos outros gastos.

Após dilapidação dos recursos das vítimas, a organização criminosa passou a atrasar e logo deixou de pagar as remunerações mensais contratadas pelos clientes. Da mesma forma, bloqueou os pedidos de saques. Dentre as justificativas dadas, alegou problemas de ordem administrativa, financeira e técnica. Enquanto nenhuma solução concreta foi apresentada, a organização criminosa continuou a usufruir do patrimônio adquirido com os recursos das vítimas.

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Editor
Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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