Economia

PIB: Quais são as chances de uma recessão no Brasil em 2023?

03 jan 2023, 14:00 - atualizado em 27 dez 2022, 15:15
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Apesar de PIB positivo, atividade econômica brasileira desacelerou no segundo semestre de 2022. (Imagem: Shutterstock)

No ano passado, a economia brasileira surpreendeu. Nos dois primeiros trimestres, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,2%.

No entanto, o terceiro trimestre já mostrou um resultado preocupante: a atividade econômica desacelerou para 0,4%. E o mercado não descarta um PIB próximo de zero nos últimos três meses de 2022.

Com isso, aumentam as dúvidas de se a economia brasileira vai resistir ou vai acompanhar o movimento global de recessão.

“2022 foi um ano de surpresas, não só na atividade econômica, mas também no mercado de trabalho aquecido. A inflação também começou em um patamar alto, mas foi perdendo pressão ao longo do ano. Por outro lado, 2023 começa com uma série de problemas”, afirma Thiago Xavier, economista e analista da Tendências Consultoria.

Economia em 2023

Um dos problemas é o cenário internacional. Os bancos centrais de outros países estão tentando combater a inflação alta através da elevação de juros. Isso reflete diretamente na atividade econômica.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Federal Reserve já promoveu sete reajustes nas taxas de juros e deve realizar mais algumas no começo de 2023.

Mauricio Oreng, superintendente de pesquisa macroeconômica do Santander, aponta que o cenário de condições financeiras globais não é muito favorável para países emergentes.

“O Brasil é um país com baixa taxa de poupança doméstica e que depende do capital externo. Os juros mais altos lá fora é um fator que pesa de forma adversa para nossa economia”, afirma.

Outro problema é a questão fiscal interna. O novo governo vai herdar o fim de uma série de gastos extraordinários e isenções tributárias promovidas por Jair Bolsonaro em meio a corrida eleitoral.

Além disso, Luiz Inácio Lula da Silva já começa o seu terceiro mandato estourando o teto de gastos para manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e conseguir cumprir promessas eleitorais.

Thiago, da Tendências, ainda destaca que há outras questões de longo prazo. “Na educação, por exemplo, houve uma perda de aprendizagem nos últimos anos. Lá na frente, isso vai impactar na produtividade, as perspectivas de salário e PIB potencial”, afirma.

Por outro lado, o fato de o Brasil ser um produtor importante de matérias-primas e commodities, coloca o país em uma posição de vantagem no mercado.

“Fora isso, o fato da gente estar isolado geográfica, comercial e economicamente, da guerra na Ucrânia, acaba ajudando no olhar dos investidores internacionais”, destaca Maurício.

Recessão x Desaceleração do PIB

Para os economistas, o risco de recessão no Brasil existe, mas ele é baixo.

Isso porque existem setores aquecidos no país que jogam o PIB para cima, como serviços, bens industriais e consumo das famílias.

Maurício, do Santander, ainda relembra que existe mais de uma definição de recessão, sendo que a mais antiga é a de PIB negativo por mais de dois trimestres.

“A gente gosta mais de um conceito mais amplo de recessão, que não é necessariamente de PIB negativo. Uma recessão pode ser um tempo prolongado de PIB rodando abaixo do potencial”, afirma.

 

 

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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