Moedas

Por que o dólar derreteu 1% e fechou no menor valor em duas semanas?

08 mar 2023, 17:29 - atualizado em 08 mar 2023, 17:58
Dólar
Às 17:43 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– operava estável, a 105,650 (Imagem: Pixabay/ericdunham)

O câmbio brasileiro passou por uma sessão de ajustes técnicos nesta quarta-feira, com participantes do mercado reduzindo posições defensivas e estrangeiros elevando aportes nos mercados de ações e juros futuros, o que fez o dólar recuar ante o real.

O recuo da moeda norte-americana no exterior, na maior parte do dia, também contribuiu para a baixa do dólar ante o real, em sessão sem maiores impactos do segundo depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ao Congresso dos Estados Unidos.

Operadores afirmaram, no entanto, que o movimento de ajuste foi mais intenso no Brasil, como é de costume.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1391 reais, em baixa de 1,05%. Foi o maior recuo percentual numa única sessão desde 25 de janeiro, quando a moeda havia caído 1,21%.

Na B3, às 17:43 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,08%, a 5,1635 reais.

O dólar recuou ante o real desde o início da sessão, com investidores a espera do novo depoimento de Powell ao Congresso, marcado para as 12h (horário de Brasília). Na véspera, as sinalizações de Powell de que o Fed pode acelerar a alta de juros pesou sobre os negócios e fez o dólar subir ante o real.

Nesta quarta-feira, porém, a fala de Powell trouxe poucas novidades, o que abriu espaço para o mercado ajustar os preços dos ativos após os movimentos mais recentes.

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No Brasil, isso se traduziu em forte alta da bolsa de valores e em queda firme do dólar ante o real.

“A bolsa está com movimento de correção, depois de uma sequência de quedas. Além disso, os descontos dos preços dos ativos brasileiros estão cada vez maiores, o que traz fluxo de investimentos, com fundos aplicando na bolsa e em juros futuros”, afirmou Charo Alves, especialista em renda variável da Valor Investimentos.

De fato, o Ibovespa –principal índice de ações da bolsa brasileira– acumulou queda de 7,24% em fevereiro e, até a terça-feira, baixa de 1,03% em março. Nesta quarta, o indicador teve alta consistente.

“Também tivemos um movimento de desmonte de posições defensivas no câmbio”, afirmou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

Na prática, alguns participantes do mercado que estavam muito “comprados” em dólar futuro (posicionados na alta da moeda) reduziram um pouco essas posições durante a sessão.

Às 12h26 (horário de Brasília), o dólar marcou a cotação mínima do dia, de 5,1008 reais (-1,79%). Operador ouvido pela Reuters no início da tarde justificou o movimento citando justamente o fluxo de moeda, vindo de estrangeiros, para ativos de maior risco.

No exterior, o dólar também cedia mais cedo ante outras divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano, mas profissionais do mercado chamaram a atenção para o fato de que os movimentos de baixa –como nesta quarta-feira– ou de alta no Brasil costumarem ser mais intensos.

Às 17:43 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– operava estável, a 105,650.

Pela manhã, o Banco Central vendeu a oferta integral de 16 mil contratos de swap cambial tradicional, para rolagem dos vencimentos de abril.

(Atualizada às 17:58)

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