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Por que shoppings viraram alvo de fundos imobiliários e movimentaram mais de R$ 1 bi?

28 jun 2023, 15:16 - atualizado em 28 jun 2023, 15:24
shopping
Nas últimas semanas, fundos imobiliários e shoppings intensificaram transações e levantaram R$ 1,2 bilhão (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O fundo imobiliário Legatus Shoppings (LASC11) é mais um a entrar para o time de FIIs que fizeram operações nas últimas semanas envolvendo centros de compras.

O fundo gerido pelo BTG Pactual vendeu a sua participação de 25% no Shopping Boulevard Vila Velha, no Espírito Santo, por R$ 39,9 milhões. Segundo o LASC11, o cap rate da operação (taxa de capitalização) é de 5,86%.

Nesta semana, o FII recebeu R$ 3 milhões pela venda da fatia. Os demais R$ 36,9 milhões serão pagos pelo comprador, que não foi divulgado, em 12 parcelas corrigidas por 100% do CDI.

No entanto, o fundo explica que comprou essa participação por R$ 23,9 milhões. Com isso, na conclusão da operação, o ganho de capital representará resultado caixa extraordinário não recorrente de R$ 16 milhões. Ou seja, ganho de 67% sobre o preço de aquisição, ou R$ 5,45 por cota.

Além disso, o Legatus diz que, com a correção das parcelas, o ganho de capital pela venda do shopping pode chegar a R$ 20,5 milhões, elevando o ganho para 86% em relação ao preço de compra, equivalente a R$ 6,98 por cota.

FIIs e shoppings movimentam últimas semanas

Junho foi movimentado para os fundos imobiliários, que compram e venderam ativos. Ainda no segmento de shoppings, no começo do mês, o Vinci Shopping Centers (VISC11) vendeu parte de suas participações em três shoppings.

Sendo assim, o FII se desfez de 10% de participação no Villa Romana Shopping, em Florianópolis (SC); de 9% no shopping Iguatemi Bosque, em Fortaleza (CE); e vendeu uma fatia de 5% no RibeirãoShopping, em Ribeirão Preto (SP).

O VISC11 embolsará R$ 297,5 milhões com as vendas, que tiveram cap rate estimado de 7,3%. Dessa forma, o fundo imobiliário seguirá com participações de 10% no Villa Romana Shopping, de 6% no Iguatemi Bosque, e de 15,3% no RibeirãoShopping.

Fundos imobiliários também foram às compras

Em contrapartida, também no começo do mês, a JHSF Capital, braço financeiro da JHSF (JHSF3), comprou 33% do Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, por R$ 558 milhões. A fatia pertencia à Gazit Brasil, empresa do grupo israelense G-City.

Enquanto na semana passada, o Apex Malls (APXM11) comprou uma participação de 15,82% no Shopping Vitória, também no Espírito Santo, por pouco mais de R$ 139,1 milhões.

No fim de maio, foi a vez do fundo imobiliário Pedra Negra Renda Imobiliária (FPNG11) comprar a fatia de 24,95% do shopping DiamondMall, que pertencia ao Atlético Mineiro. A aquisição foi por cerca de R$ 170 milhões. A Multiplan (MULT3) é dona dos outros 75,05% do empreendimento.

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, comenta que é possível novamente ver um movimento de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) do setor de shoppings se aquecendo. As operações citadas nesse texto movimentaram R$ 1,2 bilhão.

“Desenvolvimento ainda não é uma opção. As empresas já têm feito algumas expansões. E quando você tem um apetite maior por investimento e um cap rate interessante, em algumas operações, se vê alguma aceleração desse movimento de M&A no setor”, comenta.

Ainda sobre essas negociações, o analista acrescenta que a relação risco x retorno de shoppings está interessante atualmente.

“Dado o fluxo de renda programada para o setor ao longo dos próximos meses e dos próximos anos. Desta forma, é uma categoria que tradicionalmente negocia com prêmio em relação a outras. É um setor que a gente aposta”, diz.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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