Colunista Vitreo

Pré-mercado: Finalmente — encerramos o primeiro trimestre

31 mar 2021, 8:20 - atualizado em 31 mar 2021, 8:20
Orçamento 2021: zero gastos supérfluos / Maria Antonieta (2006)

Bom dia, pessoal!

Às vésperas do anúncio de mais um pacote fiscal trilionário nos EUA, os juros dos títulos do Tesouro americano de dez anos escalam rumo a 1,74%.

Claro, mais atividade gera mais inflação e, portanto, mais juros. O mercado está estressado, sem dúvida.

As Bolsas americanas corrigiram na véspera e os futuros de Wall Street hoje (31) flertam com um tom positivo na abertura.

A Europa abre o dia de maneira mista, com as Bolsas se alternando entre estabilidade e humor negativo.

O Brasil, depois de se descolar do internacional ontem (30), poderá verificar mais um dia bom para ativos de risco, ainda que tenhamos inúmeros desafios, como a correção de algumas aberrações contábeis no Orçamento de 2021. A ver…

Ruídos institucionais tabajara

A saída dos comandantes das Forças Armadas deixou um gosto amargo na boca de muita gente, com um tom de ruído institucional no horizonte.

O mercado pouco ligou. Estava mais preocupado com o Orçamento de 2021, que precisa ser corrigido. O sentimento que fica é que a maior influência do Congresso no governo é positiva, uma vez que abriria mais espaço para Paulo Guedes.

Existe uma crise política no ar, é inegável. Ela não foi 100% formada agora, mas o momento e o Executivo atual a aprofundaram, sem dúvida.

Bolsonaro, porém, colocou em jogo elementos de crise na ala militar. É institucionalmente delicada a situação e péssima para captar recursos estrangeiros. Novamente, se a equipe econômica ainda tiver voz no final do dia, o mercado ainda confiará em Brasília.

O problema é que o Ministério da Economia ameaça debandada se o teto não for cumprido. Talvez até o Brasil desista do Brasil se isso acontecer. Tudo isso sobre mais de 3.600 mortes por dia… O curto prazo é nebuloso.

Biden não saberia como ser presidente do Brasil

Hoje, a Casa Branca deverá anunciar mais um pacote fiscal, desta vez com foco em infraestrutura. A cifra?

US$ 3 trilhões, que já incluem o aumento de 28% na alíquota de impostos das empresas — a conta da pandemia chega para todo mundo —, revertendo o grande corte de impostos da era Trump (não voltaram a ser tão altos quanto na era Obama, contudo) em mais um movimento de Biden para acelerar a recuperação econômica americana no pós-pandemia.

Imaginem vocês se Biden fosse presidente do Brasil e não dos EUA. De onde ele tiraria o dinheiro? O homem gasta como nunca na história.

O novo pacote de estímulos, apesar de positivo para a economia, reforçou no mercado o temor de maior inflação, causando uma alta dos juros longos.

O movimento fortalece o dólar, principalmente contra moedas emergentes, que usualmente são mais voláteis, sensíveis e exóticas.

A verdade é que os EUA têm tudo para voar em 2021:

i) mais de 100 milhões de doses da vacina já foram administradas e Biden quer 200 milhões até o fim de seus cem primeiros dias;

ii) crescimento de 6,5% em 2021, com 4,5% de desemprego até o final do ano; e

iii) pacotes fiscais gigantescos sequenciais.

E esse comércio global aí, hein?

A Organização Mundial do Comércio (OMC) deverá divulgar hoje (31) suas projeções de comércio para 2021.

No ano passado, os mercados viram o comércio global cair algo até 32%, a depender da base e da metodologia aplicada (outros indicadores mediram quedas entre 9% e 13%, que, apesar de grandes, são mais modestas do que 32%).

Claro, os modelos de previsão, pouco eficientes em ambientes como o atual, parecem inclinados a subestimar a capacidade das pessoas de se adaptarem a uma crise — revisões acontecem com frequência e, na esmagadora maioria das vezes, para cima.

Em 2021, contudo, o comércio deverá se apoiar em mudanças no padrão de consumo — de serviços para bens de consumo e, em um segundo momento, de volta para serviços. Essa reversão deverá ser vista mais para o final do ano, do segundo semestre em diante.

Anote aí!

No exterior, vale acompanhar os indicadores de inflação dos preços ao consumidor da zona do euro, que vieram em linha com o esperado e não surpreendem negativamente os ativos de risco neste início de dia.

No longo prazo, as pressões inflacionárias parecem moderadas, ainda que haja choques no curto prazo.

Nos EUA, a agenda é cheia: início da apresentação dos dados de payrolls — o principal fica para sexta-feira (2) —, Índice dos Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), vendas de casas e dados do setor de energia.

No Brasil, na esteira de mais resultados corporativos, o mercado ficará de olho em novidades de Brasília, que tem nos surpreendido diariamente.

Para balizar a discussão fiscal, pautada na revisão do Orçamento, teremos hoje dados do déficit público brasileiro e relação dívida sobre PIB. A taxa de desemprego, que ainda se encontra em patamares preocupantes, deverá também ser apresentada.

Muda o que na minha vida?

Seria neste segundo trimestre que o mundo começaria a voltar ao “normal”?

Por um ano, a humanidade viu seu comportamento mudar brutalmente — vale destacar que nenhum modelo anteviu como nos adaptaríamos tão bem às condições expostas, embora gostemos de reclamar com frequência.

A verdade é que, diante da crise, nos vimos forçados a nos isolar, de modo a proteger o máximo possível de vidas (um sacrifício mínimo e aceitável diante da morte de milhares de pessoas por dia). Com isso, nossa economia mudou seu perfil. Viramos consumidores natos de bens e aceleramos mudanças estruturais no mercado de trabalho.

Graças à mudança, grande parte da demanda ficou represada. Estima-se que os americanos, por exemplo, acumularam US$ 1,5 trilhão em economias excedentes, as quais deverão ser desovadas na economia na primeira oportunidade. Os gastos do consumidor despencaram em 2020, mas devem aumentar ao longo de 2021, a começar com mais força no segundo trimestre.

À medida que a vida lentamente retorna à normalidade, verificamos evidências desse movimento nos principais indicadores da economia, os quais já apresentam um pouco da utilização dessa demanda empoçada. Férias, shows, jantares, viagens e roupas deverão ser segmentos bem afetados.

Fique de olho!

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A gente te vê lá.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann

CIO e sócio fundador da Vitreo
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
Também conhecido como Jojo, George Wachsamnn é CIO e sócio fundador da Vitreo. Economista pela USP, com mestrado pela Stanford University e mais de 25 anos de experiência no mercado, passou pelo Unibanco (onde ajudou a montar a área de fundo de fundos) e anos mais tarde montou a Bawm Investments que foi mais tarde comprada pela GPS - a maior gestora de patrimônio independente do Brasil onde ele também trabalhou por anos, cuidando de fortunas. Jojo lidera a equipe de gestão e ajuda a viabilizar versões mais baratas de produtos antes disponíveis apenas para brasileiros de alto patrimônio. Ele “conversa” com todos nossos clientes semanalmente no Diário de Bordo, o update semanal da Vitreo sobre mercados e produtos.
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