Argentina

Primeiras medidas de Javier Milei na Argentina incluem aumento de gastos sociais, diz porta-voz

11 dez 2023, 16:02 - atualizado em 11 dez 2023, 16:02
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Recuo? Javier Milei, novo presidente da Argentina, atacou duramente os gastos sociais durante a campanha eleitoral (Imagem: Facebook/ Javier Milei)

As primeiras medidas econômicas do novo presidente da Argentina, Javier Milei, devem ser anunciadas amanhã (12) por seu ministro da Economia, Luis Caputo. Segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, entre elas, estarão um forte ajuste fiscal, mas com aumento de gastos na área social, além do fim de privilégios e a revisão de nomeações para a máquina pública.

Segundo o site Infobae, Adorni participou nesta segunda-feira (11) da primeira reunião ministerial de Milei, empossado neste domingo. O porta-voz afirmou a jornalistas que o tema do encontro foi “o reordenamento do Estado”. “O descalabro da economia foi o título da reunião”, afirmou Adorni, ainda de acordo com o site.

Adorni acrescentou que Caputo deve anunciar, amanhã, medidas “em linha com um forte ajuste fiscal, com a expansão das contrapartidas sociais. O porta-voz não detalhou quais políticas de assistência social serão contempladas, mas a indicação marca uma mudança na postura em relação ao tom adotado por Milei na campanha eleitoral.

Apresentando-se como ultraliberal e anarcocapitalista, Milei atacou duramente os programas de assistência social durante a corrida presidencial. Milei venceu as eleições primárias, em agosto, embalado por promessas de forte redução da máquina pública.

Na área social, prometeu fundir os ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social em um só – o de Capital Humano. A promessa foi cumprida e a nova pasta foi criada e entregue ao comando de Sandra Pettovello.

Milei também embalou a campanha, prometendo privatizar a saúde e a educação. Para a primeira, o anarcocapitalista propunha uma espécie de “seguro-saúde universal”, em que a iniciativa privada e os beneficiários negociariam livremente o preço pelos serviços.

Já para a educação, Milei sugeria a criação de um voucher para que alunos sem condições financeiras frequentassem a escola.

Primeiro dia de governo de Javier Milei na Argentina tem recado contra “privilégios”

Nas duas conversas com jornalistas que realizou até o começo da tarde de hoje, Adorni voltou a sinalizar que Milei implantará um forte ajuste de gastos. Mas, ao indicar que as despesas sociais serão ampliadas, deixa os observadores em suspenso. “Este pacote de medidas será acompanhado pelo fim de privilégios que o presidente Milei ordenou implementar com urgência”, disse.

Fazendo coro ao discurso de posse de Milei ontem, quando o novo presidente traçou um quadro preocupante para os próximos meses, Adorni sublinhou que a Argentina está mergulhar “em uma profunda crise econômica”.

O governo também realizará uma revisão completa dos contratos assinados pelo presidente anterior, Alberto Fernández. Por último, Adorni informou que Milei exigirá o fim do trabalho remoto e o retorno ao expediente presencial de todos os funcionários públicos, com o objetivo de avaliar os que, efetivamente, contribuem para a administração da máquina pública e quem foi apenas apadrinhado pelo gabinete anterior.

Adorni não tocou em temas que mobilizam a atenção, não apenas na Argentina, como de todo o mundo. Os dois pontos óbvios são a prometida dolarização da economia e o fim do Banco Central argentino (BCRA). A tarefa de detalhar esses itens ficará com Caputo amanhã, segundo o porta-voz de Milei.

Enquanto não tem notícias concretas do pacote econômico, o mercado financeiro argentino vive um feriado bancário “informal” nesta segunda-feira. O BCRA adotou um controle rígido para os agentes econômicos que desejam comprar dólares hoje, a fim de segurar o câmbio até que o novo governo tenha tempo de agir.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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