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Quase lá: Separação de Natura e Avon é o que falta para varejista desbloquear valor, diz banco; NTCO3 salta

06 fev 2024, 13:07 - atualizado em 06 fev 2024, 13:07
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Natura é destaque de alta do Ibovespa nesta terça-feira (6) (Imagem: Divulgação)

As ações da Natura&Co (NTCO3) disparam nesta terça-feira (6), tendo no radar a aprovação pelo conselho de administração da companhia de estudar uma potencial separação dos negócios de Natura&Co Latam e Avon.

Às 13h05, os papéis da empresa disparavam quase 7%, negociados a R$ 17,16 cada.

A divisão criaria duas empresas independentes e de capital aberto, cada uma com seu próprio plano de negócios, governança e equipes de gestão.

Segundo o fato relevante divulgado ao mercado, a natura continuara operando com ambas as marcas na América Latina. Enquanto isso, a Avon se beneficiaria indiretamente das vendas na região por meio de um acordo comercial com a Natura, ao mesmo tempo que continuaria suas operações em outros mercados fora da América Latina.

A Natura explicou que o objetivo da cisão é promover o potencial de ambas as empresas, que “possuem abrangências geográficas distintas, atendem diferentes consultores de beleza e consumidores e, juntas, oferecem valor limitado de sinergia sob a estrutura atual”.

A potencial operação, que chegaria após as vendas de Aesop e The Body Shop, também está em linha com a estratégia da companhia de simplificar sua estrutura corporativa e proporcionar mais autonomia para suas unidades de negócios, após anos apostando em expandir agressivamente suas operações em nível global.

Separar Natura e Avon é a etapa final para desbloquear valor

A Avon é a etapa final do processo de simplificação da estrutura implementada pela gestão da Natura.

Analistas levantam algumas preocupações sobre a operação, mas entendem que, com a separação das empresas, a Natura estaria se livrando da estrutura pesada da Avon das suas operações.

Segundo a XP Investimentos, considerando o prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão da Avon nos primeiros nove meses de 2023, a separação poderia destravar valor olhando para P/L (Preço/Lucro), potencialmente abaixando o múltiplo em relação ao nível atual.

Ainda, a corretora acredita que, caso aprovado, o movimento deve ser materializado dentro de um tempo relativamente curto.

“A Natura levou três e seis meses para anunciar as vendas da Aesop e The Body Shop, respectivamente, do dia em que os estudos foram anunciados”, lembra.

O Bradesco BBI entende que alguns pontos ainda precisam ser esclarecidos, como os termos do novo acordo comercial entre as partes e a estrutura de capital em ambas as empresas. Porém, no geral, entende que existem benefícios a ser colhidos da divisão das operações na América Latina.

“A unidade de negócios tem margens mais altas e está em um estágio mais avançado de integração e potenciais sinergias entre Natura e Avon. Portanto, vemos este marco final como uma indicação potencialmente positiva para a Natura&Co”, completa o banco.

Aos poucos, Natura volta a ganhar a confiança do mercado

O BBI e a XP mantiveram recomendação de compra para as ações da Natura, ainda mais com a possibilidade do spin-off entre Natura&Co Latam e Avon.

De acordo com o BBI, as operações da Natura na América Latina poderiam ter múltiplos mais elevados como uma entidade separada, com potencial de aumento no valor para os acionistas.

“Por enquanto, existem diversas incertezas sobre o momento da cisão e os termos do acordo, mas ainda vemos um impulso positivo nas ações, à medida que a gestão da Natura&Co continua avançando a todo vapor na agenda de simplificação do grupo”, afirma.

No caso da XP, o time de análise, além de enxergar potenciais valores a serem destravados, chama atenção para o valuation atrativo.

O BTG Pactual tem recomendação neutra para NTCO3. Apesar dos esforços da varejista de cosmésticos em simplificar sua estrutura e melhorar o fluxo de caixa, o curto prazo deve continuar desafiador.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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