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Raio-X dos “bancões”: Veja o que o UBS BB espera dos bancos, após números do 1T22

17 maio 2022, 15:14 - atualizado em 17 maio 2022, 15:14
Bradesco, Itaú, Santander
O UBS BB disse manter visão positiva sobre os bancos brasileiros (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O UBS BB manteve a visão positiva sobre os bancos brasileiros ao fim da temporada de balanços do 1T22, conforme divulgou em relatório na segunda-feira (16).

Olhando para os resultados operacionais das empresas, o UBS BB ressalta lucros em linha com as expectativas do mercado, com exceção positiva do Santander (SANB11), que ficou 3% acima do esperado. Para o ano de 2022, os lucros do primeiro trimestre atingiram uma média de 24% do consenso do mercado do UBS BB.

Também ganharam destaque nas avaliações positivas o Bradesco (BBDC4) e o Itaú (ITUB4) com indicações de compra e preços-alvo de R$ 25 e R$ 30, respectivamente.

Mais crédito para famílias

Em suas carteiras de crédito, o Itaú, Bradesco e Santander apresentaram um crescimento médio trimestral de apenas 0,8%, com destaque para linhas de crédito mais arriscadas, como para as famílias, cujo crescimento atingiu 2,8% no trimestre.

Para o Itaú, o portfólio de crédito retraiu 0,4%, considerando que os números no exterior foram afetados pela variação cambial e contrabalanceados pelo crescimento de 2,6% no mercado doméstico.

O Santander foi destaque e aumentou sua proporção de crédito às famílias em 130 bps, para 60,9%. Itaú e Bradesco mantêm 55% e 53%, respectivamente.

Com isso, os bancos também registraram crescimento da receita líquida de juros em 5,1% no trimestre, versus um crescimento de 7% no 4T21. Mais um destaque positivo para o Santander, com 7,5%, e negativo para o Itaú, com apenas 0,7%. O Bradesco registrou 7%.

Inadimplência acompanha alta

O índice de inadimplência aumentou significativamente no 1T22, contrapondo-se à tendência registrada no 1T21. Para os três bancos de varejo, a inadimplência em 90 dias saltou de 2,7% para 3% desde o 4T21. A carteira de crédito renegociado do Bradesco, por sua vez, cresceu 6%.

Na análise do UBS BB, o aumento da inadimplência e a preferência por linhas de crédito mais arriscadas, como o cartão de crédito e empréstimos pessoais, é reflexo de um cenário geral de deterioração macroeconômica.

Isso, inclusive, acaba gerando preocupações sobre o quanto a inadimplência ainda pode se expandir.

“Destacamos que o custo de risco para o cluster aumentou para 3,5% neste 1T22, influenciado negativamente
pelo Santander Brasil, que registrou um aumento significativo para 4,0%”, afirmou.

No 1T22, o índice de cobertura dos bancos diminuiu para 227%, de 241% no 4T21, com a destaque para o Bradesco,  que reduziu suas reservas de inadimplência para 235%, tornando-se praticamente em linha com a métrica do Itaú (232%).

Despesas administrativas

A média das despesas operacionais dos bancos analisados pelo UBS BB cresceu 7% na comparação anual, em uma aceleração quando comparado com o 4T21 (2,6%) e o 3T21 (4%). Para a instituição, o valor foi puxado pelo aumento de pessoal de 10,6% no a/a, sendo que o Itaú teve destaque e registrou 12,7%.

“De acordo com a maioria dos bancos, este aumento de pessoal decorreu basicamente de maior remuneração de funcionários e encargos trabalhistas, impactado pelo acordo coletivo no período (aplicado à base salarial em setembro de 2021)”, afirmou o UBS BB.

Por outro lado, tanto Itaú quanto Santander e Bradesco têm fechado agências desde o início de 2020, com balcões diminuindo em média 4,3% t/t no 1T22 e 1,5% t/t no 4T21.

“Atualmente, o número médio de funcionários por agência é de 27 trabalhadores, com Bradesco sendo o destaque com 30 funcionários por agência, principalmente devido à sua maior redução no número de agências de tijolo e argamassa desde março de 2020 (redução de 33% vs. Itaú Unibanco e Santander Brasil redução média de 14% – comparação 1T22 com 1T20)”, detalhou.

Próximos passos

Para os três bancos, o resultado final foi um crescimento de 3,1% no trimestre — uma expansão “construtiva”, segundo o UBS BB, em comparação com a contração de 2,4% no 4T21.

A instituição lembra que, no último trimestre, o lucro líquido do Bradesco foi afetado pela fraca qualidade dos ativos e despesas operacionais, enquanto o Santander Brasil registrou uma contração de 11% devido ao fraco crescimento dos empréstimos, baixa qualidade dos ativos e dos resultados comerciais.

O retorno sobre patrimônio médio, que mede o desempenho com base no patrimônio líquido médio em circulação entre os acionistas, subiu cerca de 19,7%, contra 19,3% no 4T21.

O UBS ressalta que apenas o Itaú vem registrando consistente recuperação do indicador desde o 1T20 com 12,2%, enquanto Bradesco e Santander ainda enfrentam volatilidade.

Confira o documento:

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*Reportagem baseada em relatório assinado por Thiago Batista e Olavo Arthuzo

Estagiária
Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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Graduanda em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas, com enfoque acadêmico em Finanças Públicas. Tem experiência em empreendedorismo e novos negócios, tendo atuado na aceleradora de startups FGV Ventures. Participou da produção de podcasts sobre políticas públicas e atualidades, como "Dos dois lados da rua", "Rádio EPEP" e "Impacto FGV EAESP Pesquisa". Atuou como repórter na revista estudantil Gazeta Vargas.
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