Internacional

China: Reabertura é mais positiva para economia chinesa do que para o mundo; entenda

18 dez 2022, 16:00 - atualizado em 17 dez 2022, 15:25
Reabertura econômica na China deve favorecer mais a demanda doméstica do que o consumo externo (Imagem: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

O mundo está atento à reabertura da China. Dois anos desde o início da pandemia e da adoção da política de Covid Zero, o governo chinês decidiu flexibilizar as medidas de combate ao coronavírus, alimentando esperanças de retomada da economia global.

“O mercado opera na expectativa de uma recuperação da economia mais aos moldes dos países ocidentais após suas reaberturas da pandemia”, explica o CIO da TAG Investimentos, Dan Kawa. 

O processo de recuperação econômica após a reabertura da atividade é, em grande parte, uma questão de reversão das medidas adotadas contra a Covid-19. Ou seja, os setores mais afetados pelos bloqueios se sairão melhor do que aqueles que foram menos afetados.

Mais China, menos mundo

Porém, engana-se quem espera que essa melhora irá impulsionar a atividade global. “A reabertura da China é muito mais positiva para a economia chinesa do que para o restante do mundo”, afirma a equipe de estratégia do BCA Research

Isso porque a reabertura da China deve impulsionar muito mais a atividade dos setores de varejo e serviços do que a indústria – a qual o mundo está exposto. “A recuperação dos gastos do consumidor chinês será muito mais rápida do que nos setores industriais, que não foram materialmente afetados pela dinâmica dos lockdowns”, observa a consultoria canadense.

Demanda externa vs. consumo interno

Vale lembrar que a forma como a economia chinesa afeta o mundo é através das importações. Afinal, a China é a maior produtora de bens de consumo (ex-luxo) do mundo.

Contudo, o que se espera é uma melhora do consumo doméstico. “A demanda doméstica será a principal beneficiária da reabertura, mas o restante do mundo não deve se beneficiar muito disso”, emenda o BCA. 

Já as exportações da China devem desacelerar. Isso porque a demanda global provavelmente será mais fraca em 2023, explica o Natixis.

Da mesma forma, os investimentos podem levar mais tempo para se recuperar totalmente”, acrescenta o banco francês.

A única exceção são as viagens, especialmente as de turismo. Os chineses logo devem voltar a viajar para o exterior e seus destinos de viagem favoritos vão lucrar muito.

Vale lembrar que até antes da pandemia, os chineses movimentam cerca de 20% do turismo mundial. O Japão é o destino mais popular entre os turistas chineses, seguido por Hong Kong e Coréia do Sul.

Economia chinesa vs. mundial

Dito isso, a previsão é de que o Produto Interno Bruto (PIB) da China desfrute de uma recuperação rápida e significativa em 2023. Enquanto isso, o restante do mundo estará à beira de uma recessão.

Contudo, o abandono abrupto da política de Covid Zero mudou as perspectivas de crescimento econômico chinês. E não apenas as de curto prazo.

Também levanta questões sobre quão bem o governo é capaz de enfrentar os desafios de longo prazo”, avalia o economista sênior para Ásia da Capital Economics, Gareth Leather.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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