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Receita de sequestro de dados caem para US$ 456 milhões em 2022; queda de 40,3% em um ano

19 jan 2023, 10:00 - atualizado em 18 jan 2023, 19:22
ransomware criptomoedas
Os ataques de ransomware são caracterizados pelo sequestro de dados e documentos pessoais das vítimas (Imagem: Freepik/master1305)

A Chainalysis, empresa de análise em blockchain, divulgou em seu último estudo que a receita com ataques de ransomware caiu para  o nível mais baixo em três anos, com os invasores tendo recebido cerca de US$ 456,8 milhões em 2022 – o que representa uma queda de 40,3% ante os US$ 765,6 milhões recebidos em 2021.

Ransomware criptomoedas
(Imagem: Chainalysis/Divulgação)

Os ataques de ransomware são caracterizados pelo sequestro de dados e documentos pessoais das vítimas, o que é feito por meio de criptografia, com cobrança de resgate para devolver o acesso aos arquivos.

Geralmente os criminosos pedem resgate em forma de criptomoedas e utilizam programas que embaralham as transações para ocultarem seus rastros no blockchain.

Conforme a Chainalysis, a diminuição da receita não significa necessariamente que houve uma queda no número de ataques. As evidências sugerem que o declínio nas receitas dos criminosos se deve à crescente relutância das vítimas em pagar os  pedidos de resgate, e não a uma queda no número real de ataques.

“Essa relutância pode ser atribuída a vários fatores, desde a utilização mais ampla de soluções como backup e recuperação, que mitigam o impacto dos ataques, até o medo de entrar em conflito com as regulamentações governamentais que proíbem pagamentos a grupos potencialmente afiliados a nações e entidades sancionadas, mesmo em caso de ransomware”, disse Kim Grauer, diretor de pesquisa da Chainalysis.

Os pesquisadores também identificaram as técnicas que os criminosos estão usando para lavar seus ganhos. A parcela das receitas de ransomware que são destinadas às principais corretoras de criptomoedas cresceu de 39,3%, em 2021, para 48,3% em 2022, enquanto o volume enviado às corretoras de alto risco caiu de 10,9% para 6,7% como mostra o estudo. 

(Imagem: Chainalysis/Divulgação)

O uso de serviços ilícitos para lavagem de receitas de ransomware, como mercados darknet, também diminuiu. Já o uso de mixers – serviços que combinam criptomoedas de muitos usuários para ofuscar suas origens e proprietários – aumentou de 11,6% para 15,0%.

Apesar da queda na receita, o número de strains únicos (ou modalidades) de ransomware em operação explodiu em 2022. Pesquisas da empresa de segurança cibernética Fortinet afirmam que mais de 10.000 cepas únicas estavam ativas no primeiro semestre de 2022. Por outro lado, a expectativa de vida do ransomware continuou a cair.

Em 2022, a duração média de um ataque foi de 70 dias, abaixo dos 153 em 2021 e 265 em 2020.

“A rotatividade constante entre os principais tipos de ransomware e o surgimento de novas modalidades sugere que esse universo está lotado, com um grande número de organizações criminosas competindo entre si, além da chegada constante de novos players. Embora muitas variedades estivessem ativas ao longo do ano, o número real de indivíduos que compõem o ecossistema de ransomware provavelmente é muito pequeno”, avaliou Grauer.

Isso é evidenciado nos dados on-chain que revelaram inúmeras carteiras únicas recebendo grandes pagamentos relacionados a ransomware em diferentes momentos.

“Ao rastrear carteiras associadas a criminosos conhecidos, conseguimos mapear a evolução da indústria de ransomware. Vemos que o principal grupo de agentes mal-intencionados é altamente concentrado. Apesar dos esforços desses invasores, a transparência do blockchain permite que os investigadores identifiquem suas tentativas de rebranding virtual assim que elas acontecem”, finalizou.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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