Empresas

Recursos bloqueados da Vale superam os gastos após tragédia de Mariana

31 jan 2019, 7:13 - atualizado em 31 jan 2019, 7:03

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os R$11 bilhões bloqueados  das contas da Vale para garantir a reparação dos danos da tragédia de Brumadinho (MG) superam o dobro do que foi gasto pelas mineradoras para atender vítimas e recuperar o meio ambiente após o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) há mais de três anos. Cerca de R$5,26 bilhões tiveram essa destinação até o mês passado.

+ Veja aqui quais são as pequenas gigantes da Bolsa que podem te ajudar a transformar centavos em milhões

A tragédia de Mariana ocorreu em 5 de novembro de 2015, deixando 19 mortos, centenas de desalojados e danos ambientais que se estenderam até o Espírito Santo. Na ocasião, foram responsabilizadas além da Samarco, as duas acionistas da empresa. Um delas é a própria Vale e a outra é a multinacional anglo-australiana BHP Billiton.

Não existe um cálculo que defina o valor exato que deverá ser gasto pelas três mineradoras. Um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) que as empresas firmaram com o poder público após a tragédia levou à criação da Fundação Renova para gerir os programas de reparação dos danos. Na época, as partes estimaram um investimento de aproximadamente R$ 20 bilhões  ao longo de 15 anos, mas o acordo estabelece que a Samarco, a Vale e a BHP Billiton se comprometem a atuar até que todos os prejuízos tenham sido sanados.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Contrário ao TTAC, o Ministério Público Federal (MPF) ingressou em maio de 2016 com uma ação civil pública na qual calculou os prejuízos em R$ 155 bilhões. Esse processo está atualmente suspenso para negociação entre as partes. MPF, as mineradoras e o poder público chegaram a assinar um acordo em junho do ano passado que levou a uma modificação do TTAC em aspectos relacionados à governança, com intuito de ampliar a participação das vítimas no processo de reparação.

De acordo com a Fundação Renova, dos R$5,26 bilhões recebidos das três mineradoras e aplicados nos programas de reparação, R$ 1,3 bilhão foram destinadas até o momento exclusivamente para pagamento de indenizações e do auxílio financeiro emergencial aos atingidos. Esse auxílio, pactuado no TTAC, deve ser pago mensalmente a todas as pessoas que perderam suas rendas e não tem natureza indenizatória. Seu valor corresponde a um salário mínimo, acrescido de 20% por dependente, somado ao custo de uma cesta básica.

Os investimentos na recuperação ambiental, que inclui reflorestamento e recuperação de nascentes, somam R$ 1,45 bilhão. Há ainda gastos com obras de infraestrutura e de reconstrução das comunidades destruídas. Após diversos atrasos, os canteiros de obras de Bento Rodrigues e Paracatu, distritos de Mariana, foram implantados. O processo de reconstrução de Gesteira, distrito de Barra Longa (MG), está mais atrasado. O terreno que receberá a nova comunidade foi adquirido  em dezembro do ano passado.

O restante dos R$5,26 bilhões foi aplicado em outras ações como, por exemplo, o monitoramento da qualidade da água e da biodiversidade, a recuperação produtiva das propriedades rurais, a garantia de atendimento psicológico às vítimas, o ressarcimento dos gastos extraordinários dos municípios, etc. Algumas prefeituras, insatisfeitas com a condução do processo, recorreram à Justiça em busca de compensação financeira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Bloqueios

Os três bloqueios que já somam R$11 bilhões nas contas da Vale buscam assegurar recursos necessários para a reparação dos danos da nova tragédia, ocorrida na última sexta-feira (25), a partir do rompimento da barragem da Mina Feijão. O último boletim  do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais aponta para 99 mortos e 259 desaparecidos.

Dois dos três bloqueios foram liminares obtidas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Uma outra liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) bloqueou mais R$ 1 bilhão em ação movida pelo governo de Minas Gerais.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Por dentro dos mercados

Receba gratuitamente as newsletters do Money Times

OBS: Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar