Moedas

Reservas mundiais de moeda caem US$ 1 tri após saques recordes

06 out 2022, 10:21 - atualizado em 06 out 2022, 10:21
Dólar
As reservas caíram cerca de US$ 1 trilhão, ou 7,8%, este ano, para US$ 12 trilhões, a maior queda desde que a Bloomberg começou a compilar os dados em 2003 (Imagem: Pixabay/VisionPics)

As reservas internacionais globais sofreram a contração mais acentuada já registrada, à medida que bancos centrais da Índia à República Tcheca intervêm para apoiar suas moedas.

As reservas caíram cerca de US$ 1 trilhão, ou 7,8%, este ano, para US$ 12 trilhões, a maior queda desde que a Bloomberg começou a compilar os dados em 2003.

Parte da queda é simplesmente devido a mudanças de valor. À medida que o dólar saltou para máximas de duas décadas em relação a outras moedas de reserva, como o euro e o iene, o valor em dólar de depósitos nessas moedas caiu.

Mas as reservas cada vez menores também refletem o estresse no mercado de câmbio, que força um número crescente de bancos centrais a usarem os ativos internacionais para evitar a depreciação.

O estoque de moeda forte da Índia, por exemplo, caiu US$ 96 bilhões este ano para US$ 538 bilhões. O banco central do país disse que as mudanças no valor de ativos respondem por 67% da queda nas reservas durante o ano fiscal que começou em abril, implicando que o restante veio de intervenções.

A rupia perdeu cerca de 9% em relação ao dólar este ano e atingiu uma mínima recorde no mês passado.

O Japão gastou cerca de US$ 20 bilhões em setembro para desacelerar a queda do iene em sua primeira intervenção para apoiar a moeda desde 1998. Isso representaria cerca de 19% da perda de reservas neste ano. Uma intervenção cambial na República Tcheca ajudou a reduzir as reservas em 19% desde fevereiro.

A rupia perdeu cerca de 9% em relação ao dólar este ano e atingiu uma mínima recorde no mês passado (Imagem: Pixabay/EmAji)

Tudo isso deve servir de altera, disse Axel Merk, diretor de investimentos da Merk Investments, das reservas em declínio. “As rachaduras estão aparecendo. E essas bandeiras vermelhas virão em um ritmo crescente.”

Embora a magnitude do declínio seja extraordinária, a prática de usar reservas para defender moedas não é novidade. Bancos centrais compram dólares e acumulam seus estoques para desacelerar a valorização de suas moeda quando há uma enxurrada de capital estrangeiro. Em tempos ruins, eles recorrem às reservas para suavizar o golpe da fuga de capitais.

“Alguns países, principalmente na Ásia, podem ir nos dois sentidos, suavizando a fraqueza e os bolsões de força”, disse Alan Ruskin, estrategista-chefe internacional do Deutsche Bank.

Mas para outros, as reservas estão se esgotando rapidamente. Depois de cair 42% este ano, as reservas de US$ 14 bilhões do Paquistão não são suficientes para cobrir três meses de importações, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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