Moedas

Revolução dos títulos verdes na Europa pode fortalecer o euro

13 out 2020, 14:10 - atualizado em 13 out 2020, 14:10
Zona do Euro Moedas
Com a disparada da demanda dos investidores por ativos favoráveis ao meio ambiente, isso pode estimular as entradas de recursos denominados na moeda comum, afirmou o banco (Imagem: Reuters/Ralph Orlowski)

A Europa está prestes a se tornar líder mundial na emissão de títulos verdes e um dos efeitos colaterais pode ser o fortalecimento do euro.

Este é o entendimento do Standard Bank, que prevê valorização da moeda para US$ 1,30 dentro de um ano, embalada em parte pelo plano da União Europeia de vender 225 bilhões de euros em dívida verde como parte de seu fundo de recuperação da pandemia.

Com a disparada da demanda dos investidores por ativos favoráveis ao meio ambiente, isso pode estimular as entradas de recursos denominados na moeda comum, afirmou o banco.

“Suspeitamos que, se um país ou região puder realmente liderar nesse tipo de investimento, poderá levar sua moeda junto”, escreveu Steve Barrow, estrategista-chefe de câmbio da instituição, em nota enviada a clientes na terça-feira. “Por outro lado, os que estão atrás podem ficar para trás, não apenas em termos de suas credenciais ESG, mas também em termos de desempenho cambial”, acrescentou o estrategista, referindo-se à sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança.

O fundo de recuperação planejado pela UE já ajudou a impulsionar o euro, que caminha para registrar seu primeiro ganho anual em três anos. A moeda subiu 5,1% em 2020 para US$ 1,1786.

A emissão de dívida verde pela UE só começa no ano que vem, mas o bloco pretende começar a vender títulos sociais para custear um programa de apoio ao emprego este mês. Integrantes da UE, como a França, já assumiram posição de liderança em finanças sustentáveis. A Alemanha vendeu seu primeiro título soberano verde no mês passado.

Comparativamente, os EUA ficaram para trás. Nem uma vitória do candidato democrata Joe Biden — que propõe US$ 2 trilhões em gastos com energia limpa — na eleição presidencial em novembro seria suficiente para acabar com essa desvantagem, de acordo com o Standard Bank.

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