Comprar ou vender?

Rússia vs Ucrânia: Não é o momento de vender suas ações, dizem analistas

24 fev 2022, 18:03 - atualizado em 24 fev 2022, 18:05
EUA
Para os especialistas, do lado econômico, a inflação é a ponta mais visível dessa crise. (Imagem: Ministério da Defesa da Rússia/Divulgaçao via Reuters)

O conflito entre Rússia e Ucrânia azedou de vez, com a superpotência invadindo o país vizinho. A guerra provoca pânico geral nos mercados, com bolsas derretendo no mundo inteiro, inclusive no Brasil. O Ibovespa cai 0,54%. Mais cedo, a bolsa chegou a derreter quase 2%.

De acordo com a equipe de análise da Órama, um cenário de guerra, qualquer que seja a intensidade e o prazo, é péssimo nesse instante em que o mundo tenta se recuperar da pandemia de Covid-19.

“O momento demanda atenção, mas sem movimentos precipitados nas carteiras. Pelo menos inicialmente, a volatilidade deve subir bastante, afetando o comportamento dos ativos de risco, como ações e criptos. Pensamos, contudo, que não é a hora de vender a qualquer preço”, diz.

Até o momento, os ativos mais sensíveis são a cotação do petróleo e do ouro. Além disso, segundo os analistas, as bolsas devem sofrer mais, pois ainda estão acima dos seus valuations, “o que pode desencadear novas realizações de lucros”.

“É importante entender como reagirão os países ocidentais: se optarão pelas sanções econômicas, como já vêm sinalizando, ou por respostas bélicas”, completa.

Segundo o analista da Ativa Investimentos e colunista do Money Times, Pedro Serra, neste momento, o “menos pior” dos cenários é esperar que os russos façam na Ucrânia algo similar ao feito na Criméia, em 2014.

“As sanções do Ocidente serão severas ao país de Putin, com grandes restrições de comercialização, o que coloca à mesa um novo repique inflacionário. Por enquanto esse cenário é o mais provável, ao passo que apesar do temor e dos preparativos para um confronto, a Otan – que cortejou a Ucrânia – não irá se dispor a defendê-la belicamente”, coloca.

Inflação pode bater no bolso

Para os especialistas, do lado econômico, a inflação é a ponta mais visível dessa crise, uma vez que os preços da energia (a maioria dependente do petróleo) serão afetados, dificultando a atuação dos bancos centrais.

“Muitos analistas, e até membros do Fed, pedem elevações incisivas a partir de março. Acompanharemos esses desdobramentos, dado que um cenário desfavorável para recuperação econômica tem impacto direto em todos os países, sobretudo nos emergentes”, completa a equipe da Órama. 

Serra, da Ativa, diz que sempre é necessário cautela e monitoramento constante dos riscos pelo investidor, “garantindo uma diversificação entre setores que permita tranquilidade em teses de investimentos de longo prazo, minimizando abalos decorrentes de eventos imprevisíveis de curto prazo como a crise na Ucrânia”. 

Tempo Real: Ibovespa recua 0,51% (dados preliminares)

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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