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Sai 3T22, entra 4T22: Fim de ano das empresas da Bolsa será fraco?

23 nov 2022, 14:05 - atualizado em 23 nov 2022, 14:05
Ibovespa, Ações, Mercados, B3
No terceiro trimestre, 55% dos resultados superaram as estimativas, afirma a XP (Imagem: Tainá da Silva)

A leitura de analistas sobre a temporada de resultados mais recente é relativamente positiva, apesar dos desafios sentidos no cenário macroeconômico (Selic e juros elevados) e no exterior, que devem respingar ainda nos balanços dos próximos trimestres.

De acordo com a XP Investimentos, a safra do terceiro trimestre veio um pouco pior que a anterior. Ainda assim, 55% dos resultados superaram as expectativas de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e 54% as estimativas de receita.

A XP entende que o mercado já esperava uma desaceleração nos resultados do terceiro trimestre – o que, de fato, acabou acontecendo. O ponto é que o mercado não esperava uma desaceleração em grande magnitude.

“Dessa forma, as estimativas de lucro esperadas para os próximos 12 meses foram revisadas ligeiramente para baixo pelo consenso de mercado”, comenta a corretora.

A XP explica que, no terceiro trimestre, o LPA (lucro por ação) do Ibovespa cresceu 3,4% em relação ao segundo trimestre e 20,9% comparado com o mesmo trimestre do ano passado. O avanço reflete principalmente a melhora do cenário doméstico, com algumas empresas conseguindo repassar parte dos custos mais altos aos consumidores.

Analisando setores, a XP avalia que empresas do agronegócio, alimentação e bebidas, saneamento e transportes reportaram Ebitda acima das expectativas. Na ponta negativa, destaque para os setores de bens de capital e financeiro, que decepcionaram.

4T22 mais fraco

Dados da Bloomberg reproduzidos pela XP indicam que, para 2022, analistas estão esperando que os lucros caiam mais no quarto trimestre.

O Inter Research afirma que, no aspecto macroeconômico, já se espera um quarto trimestre mais fraco, com a atividade econômica crescendo na margem e a inflação retornando à normalidade.

“De fato, a inflação de outubro veio um pouco acima da expectativa e deve continuar acelerando nos últimos meses de 2022. Ainda assim, devemos ter uma inflação anual abaixo dos 6%”, avalia a instituição.

Olhando para o cenário como um todo, o Inter acredita que o mercado está caminhando para encerrar 2022 em tom positivo, seguindo a recuperação da atividade. Porém, a desaceleração da economia e os fatores externos devem pesar em 2023.

Riscos em 2023

O Inter cita como fatores negativos a PEC da Transição, proposta do governo eleito que foi mal recebida pelo mercado e puxou os juros futuros para cima, piorando a perspectiva inflacionária no próximo ano.

“Pode-se reacender o debate de novos apertos monetários por parte do Banco Central em 2023 quando a discussão era justamente quando o Banco Central daria início aos cortes na taxa de juros”, ressalta.

Há ruídos no exterior que precisam ser considerados, acrescenta o Inter, que destaca os sinais de desaceleração da demanda global, em especial da China, que ainda tenta conter os surtos de Covid-19 no país.

“A atividade, que já estava fraca, pode sofrer um novo baque, prejudicando nossas exportações”, diz o Inter.

A postura do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, também deve definir o andamento do próximo ano. O risco de recessão não pode ser descartado, afirma a instituição, “uma vez que as condições financeiras já estão em níveis altamente restritivos”.

“Portanto, a perspectiva para 2023 demanda muita cautela, com fatores negativos vindo do lado doméstico e internacional”, completa.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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