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Se comprar a Tönnies, a JBS já sabe: na terra da salsicha, 4 varejistas mandam no mercado

15 jul 2021, 16:21 - atualizado em 15 jul 2021, 16:30
Suínos Carnes Commodities Agronegócio
Consumo de carne de porco é o maior na Alemanha e a Tönnies é uma das líderes (Imagem: Unsplash/Diego San)

Caso seja real, ao mirar a compra da holding frigorífica Tönnies, da Alemanha, a JBS (JBSA3) deve ter em mãos um cenário de mercado bastante conhecido – e criticado – pelos fornecedores de alimentos daquele país.

Cerca de 85% do grande varejo é concentrado em quatro redes – Aldi, Lidl, Rewe e Edeka, além de outras duas de “desconto” – e que pressionam fortemente as indústrias, de acordo com críticas do próprio governo de Angela Merkel.

Em 2020, o Ministério da Agricultura teve que ir a campo para tentar apaziguar um movimento de rebelião dos produtores de suínos, bovinos e frangos, além dos frigoríficos e processadores, que protestavam contra o “oligopólio” do varejo.

A produção subia em preços com a pandemia e a carne era mantida “barata” nas gôndolas, especialmente pelas promoções.

Com força suficiente para forçar os fornecedores a aceitarem seus preços, as redes na sequência descontavam depois na guerra de concorrência entre si.

De acordo com dados recentes da empresa Statista, especializada em levantamento de mercados, o setor integrado de todas as proteínas aglutina 1,4 mil empresas. Na terra salsicha e do joelho de porco, a esmagadora maioria é de suínos. A Tönnies, avaliada em US$ 4,7 bilhões, é uma das líderes nessa proteína.

Em 2020, a estimativa de faturamento conjunto foi de 40 bilhões de euros, o que é considerado um nível entre os mais altos da Europa. As campanhas contra o consumo de carne vermelha no continente não foram bem correspondidas pelos alemães, com a consultoria vendo um recuo muito magro nos últimos anos.

Mas em um setor varejista concentrado e concorrencial, qualquer redução mínima no consumo é sentida, e aciona a pressão para os fornecedores seguirem cortando suas gorduras.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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