Economia

Selic de 13,25% em agosto? Corte de 0,50 pp ganha força após meta de inflação em 3%

30 jun 2023, 10:26 - atualizado em 30 jun 2023, 10:29
Banco Central, Selic, CMN
Decisão do CMN de manter a meta de inflação em 3% agrada ao mercado, que já aposta em um corte de 0,50 pp na Selic. (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Ontem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou que a meta de inflação será de 3%, com limite de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, pelos próximos três anos.

A notícia foi bem recebida pelo mercado, que estava preocupado com a possibilidade de o governo elevar a meta, em busca de forçar o Banco Central a reduzir a Selic. A maior preocupação era de que um aumento no patamar poderia ter o efeito contrário e pressionar as expectativas de inflação, fazendo com que a política monetário permanecesse apertada por mais tempo.

“A decisão mostra a força política de Fernando Haddad, que conseguiu convencer Lula dos efeitos positivos para a inflação de não se elevar as metas. Por ora, fica a dúvida se as expectativas de inflação para prazos mais longos convergirão rapidamente para a meta de 3%”, aponta Rafael Passos, analista da Ajax Capital.

Além da meta de 2026, o grupo formado pelos ministros Fernando Haddad, Simone Tebet e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também confirmou os planos de substituição do ano-calendário por uma meta contínua. A princípio, o novo modelo começa a valer a partir de 2025.

Segundo informações do BDM, após o anúncio do CMN, as apostas de redução inicial de 0,50 pp na Selic foram para 40%, enquanto um reajuste de 0,25 pp estão em 60%.

Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, afirma que a decisão foi um “golaço” do CMN. “Isso mostra que o Brasil está comprometido com o ambiente de baixa inflação e a consequência é uma melhora nas expectativas de inflação e abre espaço para a gente consolidar essa ideia de que o corte de juros é iminente”, destaca.

O economista destaca que o mercado ainda se divide entre um corte de 0,25 pp e 0,50 pp da Selic. No entanto, o Banco Central se mostra cauteloso em seus comunicados, o que sugere um reajuste mais modesto nesse começo de afrouxamento do ciclo.

Já Alberto Ramos, diretor de Pesquisa Macroeconômica do Goldman Sachs para América Latina, aponta que as decisões do CMN devem dar ao Banco Central mais conforto para embarcar em um ciclo de flexibilização gradual da Selic.

“Dado que a decisão do CMN foi amplamente antecipada, esperamos um impacto leve/moderado nas expectativas de inflação, que ainda devem permanecer acima da meta de 3%”, diz.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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