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Seria interessante tirar o Pix do Banco Central e criar uma autarquia, diz CEO da Mastercard no Brasil

09 dez 2022, 14:40 - atualizado em 09 dez 2022, 14:40
Banco Central, juros, selic, copom
Para Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard no Brasil, seria “muito interessante” que o Pix saísse do Banco Central e fosse criada uma autarquia (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)

O CEO da Mastercard no Brasil, Marcelo Tangioni, disse nesta quinta-feira (8) que a chegada do Pix na indústria foi um movimento positivo, mas não concorda com o fato de o sistema de pagamentos instantâneos estar sob as asas do Banco Central.

“O Pix é ótimo, bom para a indústria. Acho muito bacana. O que não é bacana? Estar dentro do Banco Central. Ele não pode regular e competir ao mesmo tempo”, comentou o executivo, em evento de fim de ano da empresa, a jornalistas.

Para Tangioni, seria “muito interessante” que o Pix saísse do Banco Central e fosse criada uma autarquia.

Tangioni reforçou a importância da concorrência saudável na indústria. O executivo afirmou que, apesar de concorrente, o Pix também conseguiu crescer muito em cima de áreas de produtos que disputam com a Mastercard.

Uma indústria competitiva, além de dar condições ao consumidor, impulsiona a inovação e a busca pela eficiência, completa o executivo.

“Quanto mais concorrência, mais inovação você vai ter, mais busca por eficiência você vai ter e, consequentemente, existe aí uma tendência de redução de custos”.

Aliando-se ao Pix

A Mastercard acredita muito em pagamento entre contas, disse Tangioni. Segundo o CEO, juntamente com o modelo de pagamento em empresas, existem grandes oportunidades de crescimento para a Mastercard – a ponto de a situação da atividade econômica no Brasil não ter impacto relevante para os negócios da empresa.

“A oportunidade é tão grande… Vai ajudar ou atrapalhar um pouco, mas, realmente, não vai fazer diferença”, avaliou.

Apesar de ser a concorrência, Tangioni acredita que existem maneiras de cooperar junto com os bancos centrais para melhorar os sistemas de pagamentos instantâneos.

É um movimento que a Mastercard já faz ao oferecer a infraestrutura da tecnologia aos BCs. Outras oportunidades contemplam a oferta de toda uma linha de serviços, desde consultoria até soluções para lavagem de dinheiro.

“Nesse mundo de pagamento entre contas, tem muita lavagem de dinheiro. Muito mais do que em cartões. Essa é uma preocupação muito grande dos bancos centrais. Isso é uma coisa que temos oferecido para o BC também”, disse o executivo.

A Mastercard também oferece uma funcionalidade que permite criar aplicações que usam da infraestrutura de tecnologia da companhia para participantes do sistema.

“Existe uma possibilidade e a gente quer bastante cooperar – não só com o Banco Central, como também com os outros participantes que estão no sistema”, completa.

Parceria com WhatsApp

WhatsApp
Pagamentos por WhatsApp serão competitivos com o Pix em operações comerciais, diz Tangioni (Imagem: Shutterstock/BigTunaOnline)

Na segunda, o Banco Central deu aval regulatório preliminar à Mastercard para que a companhia opere pagamentos via WhatsApp.

Em novembro, o Banco Central já havia concedido à rival Visa a mesma autorização, que altera o regulamento dos arranjos de pagamento classificados como de compra, domésticos, com o uso de conta de pagamento pós-paga, pré-paga e de depósito.

Em comunicado, o BC ressaltou que o aval não significa uma permissão às compras via WhatsApp no Brasil, mas “uma das etapas necessárias à liberação do programa Facebook Pay no caso dos arranjos de compra”.

A liberação da funcionalidade ainda depende da comprovação de cumprimento pelos envolvidos de outros requisitos regulatórios aplicáveis.

O CEO da Mastercard acredita que os pagamentos por WhatsApp serão competitivos com o Pix em operações comerciais, chegando como uma solução “mais completa para compras em lojas”.

Com informações da Reuters.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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