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Shein, Shopee e AliExpress: O recado das gigantes brasileiras após recuo do governo

19 abr 2023, 14:33 - atualizado em 20 abr 2023, 9:04
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Segundo estimativas do IDV, evasão originada apenas no varejo digital deve alcançar entre R$ 76 bilhões e R$ 99 bilhões em 2025, “se nada for feito”. (Imagem: Getty Images)

O IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo), associação que reúne mais de 70 grandes redes como Riachuelo (GUAR4), Petz (PETZ3) e Magazine Luiza (MGLU3), disse que vê com preocupação a não taxação de vendas realizadas pelas plataformas digitais estrangeiras.

Na véspera, o governo federal recuou com a medida de acabar com a isenção sobre imposto de importação para encomendas de até US$ 50 (cerca de R$ 250), o que impactaria empresas como Shein, Shopee e AliExpress.

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“Seguimos acompanhando os esforços do governo e acreditamos que, juntos, governo e setor privado, acharemos uma solução para essa situação insustentável”, afirmou o presidente do IDV, Jorge Gonçalves Filho.

De acordo com ele, a eventual manutenção de “minimis” (isenção sobre mercadorias com valor inferior a US$ 50) vai exigir um esforço bem maior do governo no combate à pirataria e à sonegação de impostos.

“Acabar com a isenção e taxar toda e qualquer encomenda vinda do exterior seria uma forma de o governo arrecadar mais dinheiro e cobrar o que é seu de direito”, disse o presidente da entidade que reúne concorrentes de Shein, Shopee e AliExpress. 

Para ele, a não cobrança poderá fazer com que muitas plataformas continuem burlando o Fisco. Gonçalves Filho fala em competição desleal com as varejistas brasileiras, “que pagam seus impostos e contribuem para o desenvolvimento do país”.

Impacto de até R$ 99 bi de Shein, Shopee, AliExpress e outras

Segundo estimativas do IDV, considerando a projeção de crescimento do varejo, a evasão originada apenas no varejo digital deve alcançar entre R$ 76 bilhões e R$ 99 bilhões em 2025, “se nada for feito”

O presidente da entidade defendeu que, se o produto não tem a finalidade de ser transacionado entre uma pessoa física para outra, e sim a de ser comercializado nos sites estrangeiros, deve pagar o imposto que já existe em qualquer importação regular.

“Esse dinheiro arrecadado poderia ser usado em áreas cruciais para o Brasil, como saúde e educação, e seria um enorme avanço para combater a concorrência desleal que o varejo, hoje, enfrenta no país. A compra de produtos sem impostos, de forma ilegal, afeta a economia e o emprego por falta de investimentos e pela concorrência desleal”.

A entidade que reúne Riachuelo e Magazine Luiza, entre outras, disse que continuará a trabalhar “intensamente, apoiando todas as medidas governamentais que forem na direção da justa tributação e da redução da pirataria e da sonegação praticada nas importações comerciais, disfarçadas de pacotes sem valor comercial de pessoa física para pessoa física”.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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