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Short em Oi (OIBR3): Posição vendida subiu antes da ‘bomba’ de possível recuperação judicial, mostra XP

02 fev 2023, 15:48 - atualizado em 02 fev 2023, 15:52
Oi (OIBR3;OIBR4)
Segundo os dados, entre os dias 13 de janeiro e 27 de janeiro, houve uma alta de 15,4 pp (pontos percentuais) nas posições vendidas  (Imagem: Gustavo Gomes/Bloomberg)

A posição de vendidos, que apostam na queda das ações, da Oi aumentou nas últimas semanas, mostra monitor de short scout da XP.

Na noite da última quarta-feira (1º), a empresa pediu à justiça um pedido de tutela de proteção contra credores, em um primeiro sinal de que a tele irá voltar para a recuperação judicial, menos de dois meses após ter saído da RJ. Nesta sessão, o papel ordinário (OIBR3) desaba 25%, enquanto o preferencial (OIBR4) cai 24,02%.

Segundo os dados, entre os dias 13 de janeiro e 27 de janeiro, houve uma alta de 15,4 pp (pontos percentuais) nas posições vendidas para OIBR3 e 7,1 pp em OIBR4.

Veja nas tabelas abaixo:

(Fonte: XP)

Com isso, a Oi se tornou a quarta ação mais shorteada da bolsa. Vale lembrar que o papel da empresa disparou nas últimas semanas sem, contudo, motivos aparentes.

Desde 19 de janeiro, quando o ordinário era negociado a R$ 1,10, a ação disparou incríveis 111%, a R$ 2,33. O preferencial, que possui menos liquidez, subiu em menor proporção, acumulando alta de “apenas” 50%.

Em resposta, a Oi se limitou a dizer que não havia atos relevantes que, em seu entendimento, pudessem justificar possíveis oscilações atípicas no número de negócios nem na quantidade negociada de ações da companhia, além daqueles amplamente já divulgados ao mercado.

Segundo Guilherme Ishigami, broker da RJ Investimentos, a alta pareceu mais especulativa do que fundamentada por algum motivo.

“O evento mais recente foi a recuperação judicial, mas isso não era uma novidade. Mesmo assim não foi uma notícia tão positiva, dado que a empresa saiu com uma dívida bruta de R$ 22 bilhões e uma alavancagem de 3x. É mais uma especulação, seguindo o bom humor do mercado”, argumentou.

Analistas estavam céticos com Oi

Mesmo com a saída da recuperação judicial, poucos analistas “compraram” a tese da tele citando, justamente, as altas dívidas. Na ação enviada à justiça, a Oi declarou R$ 29 bilhões em dívidas, incluindo bancos e detentores de títulos.

A Oi argumenta que tentou chegar a um acordo com os credores para refinanciar sua dívida, mas até agora não obteve sucesso. A companhia disse que não pode pagar R$ 600 milhões devidos aos detentores de títulos em 5 de fevereiro, o que desencadearia a aceleração de quase todas as dívidas financeiras da companhia.

“Diante de um cenário que há vários ativos baratos, não vejo motivos para estar alocado em uma empresa com incertezas”, discorre Ishigami.

Na visão do analista da Benndorf, Niels Tahara, a liminar protetiva é vista de forma “bastante negativa” para a Oi, com “grande possibilidade” de nova entrada em recuperação, caso continue a queimar caixa.

Tahara explica que um eventual pedido de RJ demonstra a dificuldade da companhia de manter uma geração de caixa e rentabilidade sustentáveis com o novo modelo focado em fibra óptica.

“O aumento rápido das taxas de juros impactaram de forma muito relevante a companhia, que agora buscar suspender a exigibilidade de algumas obrigações”, diz.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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