CryptoTimes

Solana (SOL): suspiro final ou recomeço? Valorização é de 144% desde início do ano, mas atividades na rede não ajudam

26 jan 2023, 16:21 - atualizado em 26 jan 2023, 16:21
Solana
Solana pode reviver ou esses são os suspiros finais da blockchain? Entenda (Imagem: Unsplash/GuerrillaBuzz Blockchain PR Agency)

O token da Solana, SOL, sobe 3% nesta quinta-feira (26) e acumula uma valorização de 144,5% desde o início do ano. A criptomoeda chegou a ser negociada abaixo de US$ 10 no final do ano passado, e hoje já é cotada a US$ 24,43.

Entre os motivos da alta, estão a carona com os touros do Bitcoin, e até BONK, uma criptomoeda meme que aumentou o volume na rede de forma massiva durante o mês de janeiro.

A blockchain da Solana foi nocauteada em 2022 por diversos hacks como o vazamento de palavras-passes da carteira virtual Slope; diversas interrupções na rede por bugs e, o golpe final, a crise na FTX – uma das maiores investidoras da rede.

Conforme o Token Terminal, em noventa dias, a rede foi a sétima geradora de receita a partir de taxas de negociações, ficando atrás de Ethereum, BNB Chain, Bitcoin, Polygon, Optimism e Filecoin.

Todo blockchain cobra taxas dos usuários que negociam na rede, e a renda é distribuída entre os mineradores, ou validadores, e para a tesouraria da rede. Gerando caixa e capital de giro.

No caso do Bitcoin, as taxas são destinadas somente aos mineradores, que mantêm a rede mais segura.

A Solana gerou US$ 2,9 milhões em taxas durante este período, sendo que a rede cobra centavos de dólares. A média de transações durante os noventa dias foi de 3 mil a 4 mil TPS (transações por segundo), segundo dados Onchain.

Solana SOL
(Imagem: https://analytics.solscan.io/)

A Solana começou 2022 – após o bull run de 2021 – com US$ 6,83 bilhões de valor total travado na rede (TVL), atualmente esse número é de US$ 254,62.

O protocolo que mais tem dominância no ecossistema, segundo o DefiLlama, é o Marinade Finance com 59,36%.

Solana SOL
TVL em Solana. 26.01.2023 (Imagem: DefiLlama)

“Solana não apenas sobreviverá a 2023, mas também o dominará”, diz líder de crescimento do Marinade Finance

Todavia, existe quem acredite que Solana ainda vai dominar a narrativa de blockchain de camada 1. No passado, ela e outras do gênero foram consideradas “Ethereum Killers”, ou matadoras da Ethereum.

Para Michael Repetny, líder de crescimento do Marinade, o maior protocolo de Solana em TVL, dá sua opinião sobre o futuro de Solana.

A Marinade Finance é um protocolo de staking líquido que busca permitir que o usuário faça staking na rede, sem preisar ficar com a liquidez presa.

Semelhante a Lido Finance, o protocolo gera um token artificial que representa o valor depositado em staking.

“Muitos centímetros de coluna e tópicos do Twitter foram gastos prevendo o fim de Solana após o colapso dos investidores FTX e Alameda Research em novembro. Especialistas criptográficos em todo o mundo estavam mordendo os dentes ansiosamente com a perspectiva de outro colapso criptográfico e proclamando o fim do ecossistema. Como estamos vendo agora, porém, tudo isso foi muito exagerado”, diz.

Repetny diz que, não apenas o mercado se recuperou das baixas, mas os usuários ativos diários chegaram a mais de 566.000, em 15 de janeiro, em comparação com 300.000 no final de dezembro.

Todavia, conforme o Token Terminal, no dia 15 de janeiro a rede chegou a 154,9 mil.

“Além disso, a atividade de desenvolvimento de rede triplicou, mostrando que os desenvolvedores estão trabalhando duro para melhorar e aumentar a rede”, disse. O Token Terminal também não mostra esses números.

Para ele, a recuperação de Solana após o FTX demonstra a resiliência e a dedicação da comunidade de desenvolvimento de Solana, “repleta de desenvolvedores, engenheiros e equipes fundadoras inovadoras.”

“Isso também é sublinhado pelo fato de que, durante toda a atividade intensificada que se seguiu ao colapso da FTX, a rede permaneceu com bom desempenho e totalmente operacional”, diz. “Este é um salto em relação a 12 meses atrás, quando picos repentinos na atividade on-chain poderiam afetar o desempenho da rede.”

Repetny também lembra que os desenvolvedores de Solana foram recentemente reconhecidos pelo fundador da Ethereum, Vitalik Buterin.

Em seu Tweet de 29 de dezembro , ele opinou que agora que as “pessoas oportunistas e horríveis” foram removidas de Solana, esses desenvolvedores talentosos poderiam ser deixados para levar Solana a um futuro brilhante.

“Como um projeto 100% inicializado que se tornou o maior em Solana, nós da Marinade damos as boas-vindas ao fim da chamada era “VC Chain”. O que veremos – e de fato já estamos vendo – é o retorno do desenvolvimento de projetos de base comunitários que se basearão na proposta única de Solana – descentralização, iluminação de alta velocidade de transação, taxas baixas e acessibilidade – para impulsionar a blockchain em 2023”, diz.

O que mais diz o líder de crescimento do Marinade Finance?

Para ele, os eventos de 2022 ensinaram que o futuro do blockchain, cripto e DeFi deve ser resistente à censura.

“Isso foi fundado para ser uma indústria descentralizada que poderia resistir à opacidade, conluio e corrupção que assola o mundo financeiro centralizado e tradicional e devemos retornar a esses princípios à medida que avançamos.

A rede fez bem em aumentar o número de validadores que agora trabalham juntos para executar nós e processar transações na rede, que agora é de apenas 1.000 em julho de 2021 para 2.063.

Conforme declarado recentemente pelo fundador da Solana, Anatoly Yakovenko, aumentar esse número além disso, também é um objetivo principal para a Fundação Solana este ano, reconhecendo, como eles fazem, que é importante trazer mais validadores para a rede. 

Esta é uma medida essencial para diluir o poder de alguns dos maiores validadores (neste momento 31 validadores controlam mais de 33% do SOL apostado) e, portanto, aumentar a estabilidade e segurança de toda a cadeia.”

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
Twitter Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.