Economia

S&P eleva nota do Brasil: ‘Encerrando 2023 com um cenário inesperadamente positivo’, diz ex-Goldman

19 dez 2023, 18:11 - atualizado em 19 dez 2023, 18:11
Ibovespa, Ações, Investimentos, Selic
Melhora econômica do Brasil pode resultar em valorização surpreendente de algumas ações; entenda o porquê. (Imagem: Unsplash/Firmbee.com)

A elevação da nota de crédito pela S&P coroa o bom momento vivido no Brasil após a aprovação da reforma tributária e o arcabouço fiscal, além do início do corte de juros.

Daniel Wainstein, sócio sênior da Seneca Evercore, uma das maiores consultorias de fusões e aquisições do mercado e o primeiro sócio brasileiro da Goldman Sachs, lembra que o mercado já vem precificando uma redução significativa do risco Brasil.

O CDS de 5 anos (precificação de risco de default do país), por exemplo, caiu 45% nos últimos doze meses e atingiu agora o patamar mais baixo desde março de 2020.

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“Sem dúvidas, estamos encerrando 2023 com um cenário inesperadamente positivo, principalmente considerando onde estávamos nas últimas eleições presidenciais e pelo primeiro trimestre do ano, onde encaramos a pior crise de crédito que o Brasil teve nas últimas décadas”, coloca.

Após a aprovação, os mercados reagiram, com o Ibovespa renovando máxima de 132 mil pontos, o dólar caindo para R$ 4,85 e com alívio na curva de juros futuro.

Apesar disso, a Nova Futura lembra que, na verdade, a S&P estava atrasada com relação às outras agências. BB da S&P é equivalente a Ba2 da Moody e BB da Fitch, que já são as notas brasileiras.

“Acredito que o evento é positivo, mas sem grandes repercussões porque, na verdade, a S&P corrigiu a defasagem com relação à nota das outras agências, para ter efeito nos preços locais, teria que ser uma revisão para BB+ ou uma nota superior. Aí, sim, estaríamos diante de uma novidade significativa”, destaca Nicolas Borsoi.

Reforma tributária é gatilho

Segundo a agência de classificação de risco, a reforma tributária amplia o histórico do país de implementação pragmática de políticas nos últimos sete anos.

Apesar disso, a nota brasileira segue em território especulativo, dois degraus abaixo do chamado grau de investimento, quando o país ganha o selo de bom pagador. Esse patamar foi perdido em 2015, durante a crise econômica do governo Dilma.

Na última sexta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a reforma tributária. As mudanças nas regras tributárias foram debatidas durante quase 40 anos pelos parlamentares, com sucessivos governos tentando implementá-las.

“A reforma tributária ajudará a resolver parcialmente as complexidades do código fiscal brasileiro”, discorre.

Porém, a agência de classificação diz que as perspectivas de crescimento econômico melhores, mas ainda moderadamente fracas, e uma situação fiscal fraca continuam a restringir a qualidade de crédito do Brasil.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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