Economia

Taxas dos contratos futuros de juros sobem com ajustes após primeiro impacto do arcabouço

31 mar 2023, 17:04 - atualizado em 31 mar 2023, 17:04
Arcabouço
Na quinta-feira, o lançamento do arcabouço foi recebido positivamente, apesar das dúvidas sobre sua eficácia para estabilizar a dívida pública (Imagem: REUTERS/Bruno Domingos)

As taxas dos contratos futuros de juros subiram nesta sexta-feira, um dia depois de o governo lançar o novo arcabouço fiscal, com os investidores ajustando posições e incorporando aos preços ponderações sobre as dificuldades de implementação das novas regras.

Na quinta-feira, o lançamento do arcabouço foi recebido positivamente, apesar das dúvidas sobre sua eficácia para estabilizar a dívida pública.

Numa primeira reação ao anúncio, as taxas cederam em toda a curva a termo.

Esta sexta-feira foi marcada, no entanto, por ajustes técnicos, com participantes do mercado reagindo a avaliações de que, ainda que a regra traga limitações para as despesas, o governo somente atingirá a meta de 1% do PIB de superávit primário em 2026 se houver um aumento de receitas. Não está claro justamente de onde virão essas receitas –algo que ficou para ser detalhado pelo governo em um segundo momento.

“Numa percepção inicial, o mercado reagiu bem. O mercado queria uma regra para trabalhar, porque antes não tínhamos regra nenhuma”, comentou Wagner Varejão, especialista em investimentos e sócio da Valor Investimentos, ao tratar do recuo das taxas na quinta-feira. “Mas o arcabouço não equaciona nosso problema fiscal.”

A percepção de que ainda faltam elementos para que a conta do governo feche abriu espaço para a alta das taxas dos contratos futuros nesta sexta-feira, ainda que, no fechamento, as taxas dos vértices mais longos tenham voltado a registrar leves perdas.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para outubro de 2023 estava em 13,455%, ante 13,423% do ajuste anterior.

Já a taxa para janeiro de 2024 estava em 13,19%, ante 13,153% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 12,005%, ante 11,951%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 12,06%, ante 12,085% do ajuste anterior.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava 11% de chances de o Banco Central reduzir a Selic (a taxa básica de juros) em 0,25 ponto porcentual no encontro de maio e 89% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

Estes percentuais surgem após o arcabouço fiscal e depois da coletiva de imprensa do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na quinta-feira, quando ele reafirmou preocupações com as expectativas de inflação.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries sustentavam baixas no fim da tarde. Às 16:43 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 7,40 pontos-base, a 3,477%.

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