Temendo pela economia dos EUA, milionários guardam dinheiro

Um grupo de investidores multimilionários nos EUA vem acumulando dinheiro embaixo do colchão de maneira sem precedentes.

O clube Tiger 21, que reúne mais de 800 investidores, informou nesta quinta-feira que seus associados elevaram para 19% a parcela de seus ativos totais alocada em cash (instrumentos de altíssima liquidez e baixíssimo risco), diante das preocupações com as consequências econômicas da pandemia nos EUA.

Essa fatia estava em cerca de 12% no início da pandemia. Cerca de um quarto dos associados agora espera que a crise se estenda até o final de junho do ano que vem, afirmou o grupo.

“Este aumento do posicionamento em cash é uma mudança extraordinária — estatisticamente, esta é a maior e mais rápida mudança na alocação de ativos já observada no Tiger 21”, disse Michael Sonnenfeldt, presidente do clube em que os associados geralmente têm mais de US$ 100 milhões em ativos. “Na tentativa de acumular recursos prudentemente, os associados ganharam liquidez e não vão reinvestir imediatamente nessas áreas, a fim de manter e ampliar o posicionamento em cash para resistir a essa tempestade.”

Com quase 180.000 mortes causadas pelo coronavírus, os EUA estão entre as nações mais afetadas pela pandemia.

O país teve sua pior recessão da história no segundo trimestre e economistas alertam para uma lentidão demorada se os parlamentares não liberarem de US$ 1 trilhão a US$ 2 trilhões em ajuda no quarto trimestre.

O impacto econômico da pandemia não impediu a escalada das bolsas. O S&P 500 bateu recorde na quarta-feira e avançou 55% desde março graças ao contínuo suporte do banco central (Federal Reserve) e à força das ações de empresas de tecnologia que atendem pessoas confinadas em casa.

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Os integrantes do Tiger 21 se encontram mensalmente em pequenas reuniões para compartilhar perspectivas e debater investimentos que normalmente têm perfil conservador e de longo prazo.

Embora a maioria espere que a crise causada pelo vírus continue pelo resto deste ano, o grupo permanece confiante no crescimento de longo prazo dos EUA e ainda procura aplicações com “oportunidade de valorização dramática”, acrescentou o relatório do grupo de investidores.