Vaca louca: caso se confirme “atípica”, mercado já aposta nas boas relações de Lula com a China

As condições para o mercado bovino abrir em baixa na quarta-feira estão dadas, após a notícia de suspeita de mal da vaca louca no Pará. Agora, as expectativas ficarão depositadas no colo do governo e as boas relações de Lula com Pequim, inclusive com viagem marcada para lá em março.

Como vai lidar com os chineses se se confirmar que a doença seja na forma não transmissível, a humanos – a “atípica”, desenvolvida espontaneamente em boi idoso – é que o tem gente se perguntando. Se na pior das hipóteses o diagnóstico da encefalopatia espongiforme for o distúrbio “clássico” (por ingestão de ração contaminada), aí vai ser um Deus nos acuda.

“Esperamos que nosso governo haja rápido nas negociações”, diz Mauro Lúcio Costa, grande produtor de boi nelore paraense, temendo pela queda dos preços como ocorreu em 2021, uma vez que as exportações serão suspensas temporariamente pelo protocolo existente entre os países.

De setembro a dezembro daquele ano a China ficou sem comprar nada, mesmo com a comprovação quase imediata de que os casos dá época eram atípicos, inclusive com chancela da Organização Mundial de Saúde Animal. Outros produtores consultados também torcem para que desta vez a situação não se repita.

Na época, muitos entenderam essa paralisação exagerada e sem respaldo técnico como uma espécie de represália do governo chinês ao Brasil, diante de seguidas manifestações negativas do presidente Jair Bolsonaro, de membros do governo e de seus filhos sobre a eficácia da vacina Coronavac da covid, além de críticas ao “vírus chinês”.

Ainda há poucas informações detalhadas pelo Mapa – se o resultado do teste inicial ainda não saiu ou se deu positivo e a contraprova já foi solicitada em laboratório no Canadá -, mas o que se sabe no Pará é que foi um animal de pasto em idade avançada, na região de Marabá, com sintomas de distúrbios neurológicos e motores.

Inclusive, há mais de 30 dias os técnicos já teriam feito a constatação. Se isso for confirmado, os exames no Brasil já mostraram positivação e a contraprova, que confirmará ou não o modo da doença, já estaria em andamento.

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