Investimentos alternativos

Vale a pena investir em obras de arte? Entenda como diversificar seus investimentos no segmento

28 ago 2022, 19:00 - atualizado em 25 ago 2022, 16:30
Investimentos: no ano passado, os leilões de arte movimentaram US$ 17,08 bilhões. (Imagem: Unsplash/abrizgalov)

Os investimentos tradicionais em renda fixa e variável, todo mundo conhece – ou já ouviu falar. No entanto, existem outras formas de investir dinheiro, uma delas é através das obras de arte.

De acordo com o banco de dados de preços de arte Artprice, só no ano passado, os leilões de arte movimentaram US$ 17,08 bilhões – é um aumento de 60%, quando comparado com o ano anterior.

E não são só quadros do Van Gogh ou da Tarsila do Amaral que podem valer milhões. Claro que quanto mais renomado o artista, mais dinheiro as suas obras movimentam. Mas há opções desde telas e esculturas, até fotografias e outras peças artísticas que não custam grandes montantes e se valorizam ao longo dos anos.

Na verdade, um estudo do galerista e professor Nei Vargas aponta que 29% dos colecionadores de arte gastam entre R$ 10 mil e R$ 50 mil em obras de arte, enquanto outros 26% pagam até R$ 10 mil pelas peças. Só 1% desembolsa mais de R$ 1 milhão.

Renda variável

Assim como os demais tipos de investimentos, a aposta em obras de arte requer alguns cuidados. Neste caso é o entendimento de que uma obra só se torna um ativo financeiro se o artista se tornar conhecido. Lembre-se: o mercado de arte ganha dinheiro com a escassez. Normalmente, as obras são peças únicas e se o artista for falecido, aí elas se tornam ainda mais raras.

Ou seja: você pode desembolsar um alto valor por um quadro já conhecido ou ser mais arriscado e apostar em um artista recém-lançado torcendo para ele crescer na carreira. Esse risco faz com que o investimento entre no grupo da renda variável. Além disso, as obras de arte são um investimento de longo prazo e de baixa liquidez.

A dica para se dar bem nesse tipo de investimento é conhecer bem a carreira do artista, fatores que podem levar a uma valorização e certificar que a obra está documentada e catalogada, caso já seja famosa – nesse caso vale até a opinião de uma profissional para garantir que não seja falsificada.

As novas galerias

Os leilões e galerias são as formas mais populares de se adquirir uma obra. No entanto, já existem empresas que facilitam o investimento em arte.

No ano passado, a Hurst Capital adquiriu duas obras de Di Cavalcanti – “Cena de Carnaval” e “Paisagem Marinha” – e criou uma representação dessas obras no blockchain através de NFT (tokens não fungíveis). O valor total da captação era de R$ 1.152.000, com aporte mínimo de R$ 10 mil.

A Hurst estima que o retorno do investimento gira em torno de 20% ao ano, dentro de um prazo de 18 meses.

Outro é o Brasil Golden Art, um fundo de investimento em arte do Banco Plural. Lançado em 2010, os investidores compravam uma cota das obras e recebiam o lucro depois que as peças eram vendidas, sendo que o prazo mínimo para o resgate do investimento era de 5 anos.

Tudo dentro da lei

Como todo investimento em renda variável, as apostas em obras de arte não são cobertas pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) – o risco é todo do investidor.

Em relação ao Imposto de Renda, as obras adquiridas precisam ser declaradas na ficha de bens e direitos. E nem pense em tentar enrolar a Receita Federal, mas manter o seu valor, todas as peças de arte precisam estar com a documentação e impostos em dia.

As negociações ainda estão sujeitas à cobrança de 15% sobre o ganho de capital, além do Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD) para caso de herança ou doações.

Cuidados extras

Diferente de uma ação, que você compra e esquece lá na carteira, as obras de arte demandam manutenção para preservar o seu valor. Peças mais antigas, por exemplo, precisam de um controle de luz e umidade que podem custar pequenas fortunas.

Além disso, vale pensar na contratação de um seguro e também de uma consultoria para garantir a catalogação e documentação das obras.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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