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Vale (VALE3) ainda não está no ponto certo para ‘compra’, avalia Inter; o que trava a ação?

08 dez 2022, 11:30 - atualizado em 08 dez 2022, 11:14
Apesar de reconhecer a eficiência operacional da Vale, o Inter ainda não sugere comprar as ações (Imagem: REUTERS/Yusuf Ahmad)

O Inter Research saiu do Vale Day, evento que a mineradora sediou em Nova York, reafirmando sua recomendação “neutra” para os papéis da companhia.

Sem grandes novidades, o evento desta quarta-feira (7) reforçou o direcionamento do ano passado sobre a reformulação da Vale como uma mineradora sustentável, diz a instituição.

O Inter avalia como bons pontos o foco da Vale em uma economia mais sustentável e o direcionamento que a empresa vem dando à sua divisão de metais básicos (níquel e cobre), que pode destravar valor em meio às expectativas de aquecimento da demanda devido à transição energética.

Nesta quarta, executivos da Vale afirmaram que a companhia busca atrair um parceiro que pode levar até 10% de seu negócio de metais básicos. Ao mesmo tempo, a mineradora trabalha para aprimorar a gestão desse segmento e gerar mais valor.

Apesar de reconhecer a eficiência operacional da Vale, o Inter ainda não sugere comprar as ações. O motivo? A China. Gabriela Joubert, analista-chefe da casa, destaca que o cenário com a segunda maior economia do mundo ainda está incerto, com possibilidade de comprometer a demanda da mineradora.

Porém, Joubert não deixa de reconhecer que a busca da Vale por outras fontes de valor para além do minério de ferro pode trazer bons frutos pela frente.

“Os direcionamentos mostram uma empresa em busca de alternativas ao método convencional de operação, consistente de vendas de minério de ferro às siderúrgicas chinesas e que funcionou durante muito tempo, mas que, agora, exige uma reformulação”, comenta.

“Com o foco em novos negócios e novas parcerias dentro da mineração, a empresa diversifica sem sair de seu core business, usando sua expertise em seu favor”, completa a analista.

Potencial da ação

O Inter atualizou o modelo de investimento da Vale, passando a considerar:

  • produção de minério de ferro ultrapassando 360mt apenas em 2033;
  • vendas de minério de ferro desacelerando, em virtude dos rumos ainda incertos da crise imobiliária chinesa e desaceleração global esperada para o próximo ano;
  • preços do MF62 padrão em US$ 60/tonelada no longo prazo, porém, com prêmios de qualidade em níveis próximos aos esperados pela empresa; e
  • preços de níquel e cobre em US$ 19.500 e US$ 8.000 no longo prazo, respectivamente.

Com isso, o Inter chegou ao preço-alvo para a ação de R$ 94 ao fim de 2023. Para o ADR (American Depositary Receipt), VALE, o alvo é de US$ 18.

O BTG Pactual enxerga oportunidade de compra na ação. Na avaliação do banco, o mercado está trabalhando com premissas irrealistas de preços de minério de ferro na casa dos US$ 70/tonelada, quando o potencial da commodity é de ir a US$ 120 a tonelada.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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