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Vale (VALE3): Após resultados fracos, chegou o momento de largar a ação?

29 jul 2022, 13:21 - atualizado em 29 jul 2022, 13:21
Vale
Apesar de preocupações com maiores custos de frete, analistas ainda estão confiantes com as ações da Vale (Imagem: Divulgação/Vale)

A Vale (VALE3) teve um trimestre abaixo do esperado pelo mercado, que reage com força aos resultados nesta sexta-feira (29).

As ações da companhia estão entre as maiores baixas do Ibovespa. Por volta das 13h15, os papéis recuavam 2,59%, a R$ 68,86, mas chegaram a atingir os R$ 68,03, queda de 3,7% em relação ao último fechamento, na mínima do dia até o momento.

Para analistas, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e a receita líquida decepcionaram.

A XP Investimentos destaca que os resultados fracos são explicados por uma receita menor, impactada tanto por um preço realizado inferior quanto por menores volumes vendidos.

Além disso, os maiores custos de frete e C1 pressionaram os números da mineradora, mesmo em um ambiente de volume de vendas saudável para o minério de ferro e preços elevados de níquel.

De destaque positivo, a geração de caixa da companhia foi melhor no segundo trimestre do que no primeiro trimestre, totalizando US$ 2,3 bilhões (contra US$ 1,2 bilhão).

A Vale ainda anunciou a distribuição de R$ 3,57 por ação em dividendos.

Sinal de alerta para ação?

Embora os maiores custos de frete sejam uma preocupação para algumas casas, como o BTG Pactual (BPAC11), os analistas ainda estão confiantes com as ações da Vale.

A recomendação de compra da XP e do BTG, o segundo com preço-alvo de US$ 25 para a ADR, não caiu com a divulgação dos resultados do segundo trimestre, e por um simples motivo: os papéis da companhia estão muito descontados, negociados a aproximadamente 3,5 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2022.

Segundo o BTG, mesmo com a reabertura conturbada da economia chinesa, a exposição a Vale/minério de ferro ainda parece boa.

“Essa é uma commodity que tem mais de 70% de exposição à China”, destacam os analistas Leonardo Correa e Caio Greiner, em relatório publicado na noite desta quinta (28).

À medida que o Banco Popular da China (PBoC) traz a economia de volta aos trilhos por meio de estímulos fiscais, a demanda por commodities pode se beneficiar, avaliam.

O BTG menciona ainda a boa disciplina da administração em sua estratégia de alocação de capital, com pouco crescimento de capex (investimentos).

Além disso, o banco acredita que os investidores vão favorecer a agenda de remuneração a acionistas da Vale.

“Estimamos yield de 15% para 2022, incluindo o programa de recompra de ações de aproximadamente US$ 8 bilhões recentemente anunciado”, afirmam Correa e Greiner.

A Genial Investimentos também tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 90 para as ações negociadas na B3 (B3SA3). Para a corretora, os resultados vieram mais fracos, mas o lucro acima das expectativas e a remuneração aos acionistas ainda em pauta foram “importantes eventos” para compensar boa parte do resultado negativo.

O Itaú BBA está com rating de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado) para os ADRs da Vale, com preço-alvo de US$ 20 para o fim do ano.

A Eleven Financial mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 112. Bradesco BBI também tem a mesma indicação, apoiando-se em melhores tendências de demanda no mercado chinês no segundo semestre de 2022, apesar do curto prazo desafiador.

“Vemos VALE3 precificando uma correção nos preços do minério de ferro para algo ao redor de US$ 70/tonelada já a partir do segundo semestre de 2022, o que vemos como excessivamente pessimista”, afirmam os analistas Thiago Lofiego e Renato Chanes, em relatório publicado hoje.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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