Comprar ou vender?

Vale (VALE3), CSN Mineração (CMIN3) e o caminho do minério de ferro daqui para frente, segundo analistas

22 set 2023, 18:26 - atualizado em 22 set 2023, 18:26
vale vale3
Vale tem recomendação de compra pela Genial Investimentos (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Os preços atuais do minério de ferro têm surpreendido o mercado. A trajetória impressionante, com os contratos futuros na Ásia sendo negociados em torno de US$ 120 a tonelada mesmo em meio a preocupações com o setor imobiliário chinês, levanta questionamentos quanto ao caminho que o ingrediente siderúrgico deve traçar daqui para frente.

Os preços do minério de ferro vêm se beneficiando de indicadores mais positivos na China e esforços por parte do governo para tentar reerguer a economia do gigante asiático.

Além disso, o consumo por aço segue resiliente, enquanto as taxas de utilização dos alto-fornos por parte das siderúrgicas roda em níveis elevados, o que impacta diretamente na demanda pelo minério de ferro.

Demanda por aço dá suporte, mas…

Em relatório extenso, a Genial Investimentos destaca que, após o término das paradas programadas para manutenção em Shanxi, que afetaram a produção até o fim do primeiro semestre do ano, um número crescente de siderúrgicas retomou a operação de seus alto-fornos em agosto.

A demanda por aço deve continuar recebendo suporte com os gastos do governo chinês com infraestrutura, avalia a corretora. No entanto, as vendas de imóveis comerciais de incorporadoras privadas continuarão diminuindo no longo prazo devido às mudanças demográficas e a uma migração mais lenta das áreas rurais para as cidades.

“Além disso, a desaceleração global, através da Europa, potencial recessão dos EUA (acreditamos em um pouso suave), Brasil (que, por mais que os juros estejam baixando agora, a demanda por aço continua enfrentando desafios), Coreia do Sul (juros altos e com exportações diminuído), além de outros, podem levar a um crescimento mais lento das exportações na China, tanto do aço cru para mercados globais como também de produtos da cadeia downstream do aço”, acrescenta.

As estimativas da Genial apontam que o setor imobiliário, que responde por atualmente ~35% do consumo de aço da China, verá sua demanda pelo material cair em 22% em 2023 (aproximadamente 250 milhões de toneladas).

“Apesar do crescimento esperado em infraestrutura potencialmente compensar parte disso, acreditamos que a demanda global de aço irá diminuir em 5% ano a ano em 2023, para ~1.740 milhões de toneladas”, completa.

Mais ventos contrários do que a favor

Dessa forma, por enxergar que a crise imobiliária chinesa é estrutural, e não momentânea, a Genial acredita que a curva de minério de ferro mostrará sinais de desaceleração, olhando entre o fim de 2023 e 2024.

Apesar dos ventos contrários para o mercado, a Genial atualizou suas projeções para a curva do minério de ferro com a perspectiva de uma desaceleração mais suave.

As premissas atuais da casa indicam preços de US$ 100/tonelada para a média do quarto trimestre do ano. Para 2024, espera-se que a commodity fique no patamar de US$ 95/tonelada. A Genial segue com o mesmo nível de curva para o longo prazo (2028), em US$ 75/tonelada.

VALE3 ou CMIN3?

A Genial está com recomendação de compra para uma das mineradoras brasileiras da Bolsa. Mesmo após um primeiro semestre mais fraco, analistas da corretora estão construtivos com Vale (VALE3), que deve se beneficiar de gatilhos tanto no curto quanto no longo prazo.

Além da recomendação de compra, a Genial vê potencial de a ação da Vale chegar a R$ 83. O novo preço-alvo considera a nova curva de minério de ferro projetada, com queda menos intensa em 2023 e 2024.

No caso da CSN Mineração (CMIN3), a recomendação para as ações é de “manter”, com preço-alvo de R$ 5.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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