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Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3): Para onde caminha o minério de ferro (e as ações)?

10 abr 2023, 15:59 - atualizado em 10 abr 2023, 15:59
Vale, ações, dividendos
Genial tem recomendação de “manter” para Vale e CSN Mineração (Imagem: Bloomberg)

Não é de hoje que o mercado discute sobre a sustentabilidade dos preços do minério de ferro. A manutenção do movimento de alta da matéria-prima siderúrgica tem sido observada com certo ceticismo por alguns analistas.

Instituições como Bank of America e USB BB chegaram a avaliar que os níveis atuais do minério de ferro, movidos especialmente por especulação, não são sustentáveis, e uma correção está próxima de acontecer.

Na avaliação da Genial Investimentos, que joga do lado dos menos otimistas, o mercado continua com boas expectativas para a commodity diante de dados econômicos mais encorajadores vindos da China.

Embora faltem dados do mês de março completo, a Genial destaca que a produção chinesa de aço subiu 5,6% no comparativo anual durante os dois primeiros meses de 2023. Enquanto isso, a produção de metal laminado quente na China aumentou em 35 toneladas por dia no fim do mês passado, chegando a 2,43 milhões de toneladas diárias no total.

“Para parte do mercado, esses indicadores demonstram um cenário positivo para a mineração, considerando que o minério de ferro é o principal insumo para a produção de aço, e a demanda por aço na China de fato está crescendo ano/ano, pelo menos até o momento”, avaliam os analistas Igor Guedes, Ygor Araujo e Renan Rossi, em relatório publicado nesta segunda-feira (10).

Além do aumento da demanda, existe ainda a restrição de oferta por parte das mineradoras. Em 2022, a produção global de minério subiu apenas cerca de 2%, para 2,5 bilhões de toneladas, completa o time de análise.

O caminho do minério de ferro

Minério de ferro
Segundo a Genial, a direção do minério de ferro daqui para frente é, provavelmente, para baixo (Imagem: Reuters/David Gray)

Segundo a Genial, a direção do minério de ferro daqui para frente é, provavelmente, para baixo. Isso porque a consolidação de alguns fatores na China deve frear a trajetória altista dos preços e inverter o sentido das curvas a partir da segunda metade de 2023.

A corretora cita:

  • cortes de aço bruto;
  • inspeções regulamentares, levando à liquidação parcial do posicionamento especulativo;
  • aumento dos embarques, criando um excedente de mercado;
  • preocupações com mercado imobiliário; e
  • menos espaço fiscal para incentivos do governo na economia chinesa.

As últimas semanas já sinalizam que a correção nos preços do minério de ferro está em andamento, tendo a commodity recuado dos US$ 130 por tonelada para o patamar atual de US$ 119-120/tonelada. O movimento de queda deve continuar, chegando a uma média de US$ 105/tonelada no segundo trimestre de 2023 e, a partir do segundo semestre do ano, abaixo da barreira dos US$ 100/tonelada, de acordo com projeções da Genial.

Para o time de análise da corretora, a recuperação da China está “longe de se mostrar fortificada como a média do mercado inicialmente imaginava”.

Na avaliação da Genial, olhando a recente correção na curva de preços do ingrediente siderúrgico, agentes do mercado parecem finalmente começar a se comportar de maneira mais racional.

“Podemos estar, sim, diante do final do rali”, completam os analistas.

Neutro

A Genial mantém uma postura neutra em relação às mineradoras, pois, apesar do cenário menos construtivo levantado pela corretora, ela defende que a China continuará demandando ainda um volume extremamente alto de minério de ferro.

“Principalmente se comparado a economias que devem ter seu crescimento próximo da estagnação”, reforça.

Para Vale (VALE3) e CSN Mineração (CMIN3), a Genial tem recomendação de “manter” às ações, com preços-alvo de R$ 89 e R$ 5,50, respectivamente.

A corretora prefere se manter em modo de espera até a curva de preços do minério de ferro se aproximar do valor que acredita ser mais racional, “para então enxergarmos com mais visibilidade oportunidades de entradas em ambos os papéis a valuations mais atrativos do que os atuais”.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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