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Vale (VALE3): Revisão do guidance ‘esfria’ expectativas; veja o que 4 analistas pensam sobre as ações

06 dez 2023, 16:13 - atualizado em 06 dez 2023, 16:13
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Vale atualizou guidance para os próximos anos; analistas veem projeções abaixo do esperado (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A atualização do guidance da Vale (VALE3) veio ligeiramente pior que as estimativas de analistas. Basicamente sem grandes surpresas, as projeções para o minério de ferro ficaram praticamente estáveis para 2024, a uma faixa entre 310-320 milhões de toneladas métricas.

A XP Investimentos apontou que os volumes de cobre devem aumentar a um ritmo mais lento que o esperado, com uma produção estimada entre 320-355 mil toneladas para 2024, abaixo do patamar de 370 mil toneladas vista pelos analistas da corretora.

Em paralelo, o custo caixa C1 deve continuar em níveis mais elevados em 2024, entre US$ 21,50-23 a tonelada, enquanto os investimentos esperados para o próximo ano, principalmente voltados para expansão, superaram as expectativas.

Por outro lado, o guidance de produção de minério de ferro a longo prazo (2030 para frente) segue em 360 milhões de toneladas. Para a divisão de metais básicos, espera-se volumes de mais de 300 mil toneladas para níquel e em torno de 900 mil toneladas para cobre.

Vale continuará surfando preços altos do minério de ferro

Apesar de o guidance não ter encontrado as estimativas dos analistas, existe uma perspectiva positiva em relação aos fundamentos da indústria que devem beneficiar a Vale.

No Vale Day 2023, a mineradora sinalizou a expectativa de que tanto a oferta quanto a demanda de minério de ferro permanecerão restritas o curto prazo, considerando:

  • o estímulo governamental na China apoiando o setor de construção civil;
  • altas taxas de utilização de alto forno (~90%), com escassez de sucata beneficiando o uso de minério de ferro; e
  • novas indústrias com rápido crescimento, como energias renováveis, veículos elétricos e equipamentos.

Na avaliação do Bradesco BBI, a “forte” dinâmica do minério de ferro deve continuar impulsionando os resultados da Vale, ao passo que a empresa segue buscando medidas de eficiência nas divisões de minério de ferro e metais básicos.

Cenário forte para minério de ferro = compre VALE3

Conforme analistas começaram a ganhar mais confiança com a recuperação da economia chinesa e do desempenho operacional da Vale, teses da mineradora foram atualizadas com perspectivas mais positivas.

Além da forte dinâmica do minério de ferro, o BBI destaca que o valuation da companhia segue atraente, com a ação negociada a 4,6 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda) para 2024.

O Bank of America tem recomendação de compra para o ADR (American Depositary Receipt, ou recibos de depósitos de ações). Como as outras instituições, o banco estrangeiro cita um ambiente favorável para o minério de ferro, com preços esperados, em média, a US$ 125/tonelada em 2024 (e US$ 150/tonelada para o primeiro trimestre do ano que vem), além da atratividade do papel.

O Goldman Sachs, após a atualização do guidance, cortou o preço-alvo estimado para os próximos 12 meses do ADR a US$ 18,50 por papel, de US$ 19,50 anteriormente, mas manteve a recomendação de compra.

O Goldman Sachs elevou recentemente a recomendação com base em cinco pontos:

  • mercado equilibrado para o minério de ferro em 2024;
  • momentum operacional positivo;
  • exposição relativamente baixa por parte do investidor;
  • valuation atrativo (é a tese mais barata entre os gigantes do setor); e
  • expectativa de manutenção dos estímulos por parte do governo chinês.

Mais cautelosa, a XP segue neutra com as ações da Vale, levando em conta expectativas mais baixas para os preços do minério de ferro no futuro e com a Vale já precificando preços menores.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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