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“Vamos lançar um NFT nos próximos meses que vai ser muito poderoso”, diz Matt Sorum, ex-baterista do Guns N’Roses

05 set 2022, 14:01 - atualizado em 05 set 2022, 19:56
Matt Sorum NFT Guns N Roses
(Leonardo Rubinstein Cavalcanti/Crypto Times)

Neste sábado (3) aconteceu o ViralCure Festival em Piracicaba. O evento foi promovido pela Sthorm, uma empresa DeSci (Decentralized Science), que tem o objetivo de ser um ecossistema voltado à descentralização da ciência por meio de blockchain e Web3.

O ecossistema da Sthorm é composto por várias iniciativas como o ViralCure, Artbit, Goodnoise, Theos, Mabloc, Planetary X, Cry.me, Rebelx e Paradox1.

A proposta dos fundadores da Sthorm, Pablo Lobo e Mariano Bóris, é promover uma colaboração descentralizada entre pesquisadores pelo mundo através de uma “Open Science”, uma referência à ferramentas open sources.

O evento marcou o lançamento da plataforma ViralCure, a plataforma na Web3 para alcançar essa colaboração entre cientistas e colaboradores.

Matt Sorum, ex-baterista do Guns N’Roses participa da iniciativa com sua marca “Good Noise” e estava presente na celebração, onde realizou um show exclusivo ao lado de Gilby Clarke (Ex-Guns N’ Roses e Slash’s Snakepit), Billy Gibbons (ZZ Top) e Sebastian Bach (Skid Row).

“As pessoas as vezes só querem mais e mais e mais, só querem pegar e guardar e eu digo, você sabe o que realmente você quer? Você já tem o suficiente. Agora é a hora de compartilhar com todos o conhecimento. O que é prosperidade? é cuidar da sua família e de todos comendo e tendo um lugar para dormir. Isso é como Deus”, disse Sorum no palco do evento.

Ele conta que há mais de 5 anos começou esse grupo chamado Sthorm, junto com Pablo Lobo, “começamos a trabalhar juntos e ao longo do caminho, começamos a fazer tecnologia”, diz.

“E então ele me disse, Matt, estamos na biotecnologia. Eu disse, isso soa como uma banda de heavy metal. O que é isso? Então eu comecei a aprender, eu literalmente estava indo para a escola de novo. Pablo me ensinou tudo sobre blockchain e estas coisas incríveis e isso despertou minha imaginação de que tudo é possível, com grandes mentes juntas”, Sorum comentou.

O Crypto Times conversou em exclusivo com Matt Sorum para saber mais sobre sua participação no ambiente cripto e sobre futuras parcerias com a Sthorm. Confira:

CT: Porque você acha que as pessoas ainda enxergam NFTs como um investimento de risco?

A arte sempre foi um pouco arriscada. Na arte, ou em qualquer coisa que você queira comprar, é preciso olhar e pensar: bom, eu gostei, eu quero comprar.

[Comprar NFTs] É como comprar uma obra de arte, então o que isso significa realmente? 

Você vai para um leilão de arte, e você vê as artes que estão sendo leiloadas. É apenas uma sala cheia de pessoas. A questão nos NFTs é que é global. Todos estão vendo.

O marketplace, e o valor do que significa o NFT, é basicamente criado pela comunidade que detém aquele NFT em particular. Sejam macacos ou qualquer outra coisa louca que está indo à loucura.

Por exemplo, o Dapper Labs com os NFTs “Hot Shots”, o “NBA hot Shots”. 

Voltando um pouco atrás, as pessoas costumavam colecionar cartões de baseball. E era um item físico. O NFT é digitalizar esse conteúdo contido em um cartão físico dentro de um token, e ser capaz de manter isso em uma forma específica digitalmente. Tem valor. Tem o valor que vão dar para ele, e o mercado fará o que fará.

Mas eu acho que NFT é algo muito mais profundo do que isso. Eu vou usar para causar impacto, vou usar para o bem.

Eu vou usar para que as pessoas possam se envolver, e fazer parte disso, da comunidade e blockchain. Existem tantas coisas que é possível fazer com NFTs, intermináveis.

É preciso lembrar delas no seu começo. Eu conheci NFT há seis anos atrás. Eu estava lá quando lançaram os “Cryptokitties”.

Eram tipo gatinhos digitais, uma loucura, porque as pessoas amam gatos, as pessoas amam flores, amam buldogues franceses, as pessoas amam arte, amam música, baseball e basquete. É tudo sobre o que você ama.

Eu estou animado sobre o futuro dos NFTs, eu acho que é muito cedo ainda.

CT – Mas é possível fazer mais, certo? Como pretende fazer isso?

Eu e minha marca, “Good Noise”, junto com a Storhm vamos lançar um NFT nos próximos meses que vai ser muito poderoso.

Será sobre impacto, e as pessoas vão ser parte dessa causa. Vamos levantar fundos com esse NFT e unir as pessoas ao mesmo tempo, como uma ONG digital e online, uma ONG com uma causa. 

Até ONGs podem ser corruptas também. Muita m… acontece dentro do mundo das ONGs. Você doa seu dinheiro para uma caridade e pensa, espera aí, para onde é que todo o dinheiro foi?

A descentralização vai provar para as pessoas que isso é uma realidade. Você não pode manipular o sistema. É uma marca [na blockchain] que diz, olha esse é o dinheiro e aqui é onde ele está guardado. Esse é o dinheiro que foi gasto para a causa. É importante. 

Porque quando você doa para uma caridade, e quer ajudar as pessoas, quer ter certeza que o dinheiro chegue para aquilo que está destinado.

Por isso eu acredito que podemos solucionar diversos problemas com ONGs e organizações filantrópicas em blockchain e NFTs. Isso é bem empolgante.

Você é fã de uma banda, gosta de música da qual quer fazer parte, isso é uma ótima conexão com os NFTs, antes havia muita divisão com muitos intermediários. Agora somos o dono de nossos produtos culturais.

Eu tenho um monte de músicas gravadas e quero com elas ajudar as meninas no Afeganistão que estão em apuros.

Agora eu posso fazer isso, eu gravo a musica, eu levo o dinheiro e entrego para elas. Pronto. Sem intermediários.

Como músicos, tive uma vida incrível. Eu não preciso de nada mais do que me foi dado. Eu só preciso sair de casa com minha família e me alimentar, cuidar do meu bebê. E depois o resto. Você dá e você recebe amor. E isso é tudo que você precisa.

É isso que eu gostaria de fazer.

CT – Como conseguimos construir um sistema de voto igualitário em uma DAO?

Fala sério, olha o que vem acontecendo nos Estados Unidos! Que piada! O fato de que as pessoas precisam ir e furar um cartãozinho com seu lápis.

Vocês estão vivendo nos anos dos neandertais? Isso é ancestral. Todos poderiam fazer isso em um blockchain já amanhã.

O problema é que o sistema é tão velho que vai demorar um tempo para passar pelos mais velhos. É tipo como “nós gostamos desse jeito, está bom”. Obviamente não está. Acabamos de ter uma guerra massiva nos Estados Unidos porque o sistema político está quebrado.

Está fracionado. Olha o que aconteceu no Facebook. Estão roubando seus dados, estão te forçando a ver fake news, histórias loucas porque nós não estamos no controle, quem está é alguém lá no Facebook.

Eu não quero que eles roubem meus dados. Esse sistema está quebrado. É tempo para um novo sistema.

Minha opinião nisso é que já está na hora de acabar esse sistema. Nessa forma como é visto atualmente. Precisamos nos mudar para a Web3 e o metaverso. Eu acho que, vou dizer 5 anos. Está mudando rápido, e o mundo está mudando rápido o tempo todo.

Você acha que será em 5 anos? Em cinco anos estaremos prontos.

E vamos estar falando sobre isso. Mas não muito tempo atrás estávamos nos perguntando o que era Bitcoin. “O que é bitcoin, é como Las Vegas?” Não…não estamos apostando.

É como qualquer investimento. Por exemplo, um IPO. Quando você investe em algo que está construindo você precisa acreditar que é algo que vai florescer e não achar que não vai dar em nada.

Claro, o Bitcoin está caindo, mas o mercado de ações está caindo também.

CT – Você tem Bitcoin na carteira?

Isso é um assunto meu pessoal, mas se quiser me verificar [risos]. Eu sou ambientalista, sabe? Eu faço doações à caridades da causa animal, sou um cara planeta.

Sou muito fã de Cardano (ADA), Polygon (MATIC), eu gosto dos caras menores. 

Eu conheci Charles Hoskinson (fundador da Cardano) quando eu estava em Davos e ele é um cara muito inteligente. Tenho torcido por eles. O projeto tem uma quantidade menor de pegada de carbono. Cardano e Polygon. Tipo Tezos (XTZ). Tezos é legal, gosto do que estão fazendo.

Você precisa lembrar que antes havia Bitcoin e Ethereum. Eles viram o que estava sendo feito e lançaram como poderiam fazer melhor. Eu sou um tipo como torcedor dos projetos pequenos, sabe? Tenho dinheiro em alguns também e acredito neles. 

CT – Você estará no metaverso?

Bom, estamos construindo um metaverso com a “Good Noise”, minha marca. Vou permitir que as pessoas venham ao meu mundo e o ver o que faço, sabe?

Andar por aí ver tudo e essas coisas. Quer ver meu set de bateria? Só vir ao meu metaverso. Estamos construindo isso. Vai ser bem legal.

CT – como o blockchain impactou sua vida?

O blockchain não é diferente de quando as coisas começaram a ser digitalizadas com a internet. E o começo da internet não foi diferente do começo do blockchain. Levou tempo para surgir o Yahoo, MySpace, Google, etc.

Blockchain é igual a internet, é um protocolo onde as pessoas podem construir coisas sobre ele. Agora o que difere a blockchain de outros protocolos é que ela é descentralizada e aberta, ou seja, todos somos capazes de manter uns aos outros sob controle.

Qualquer um que esteja naquele nó, ou naquela informação, tem acesso, não como se todo o resto fosse meio que escondido de nós. Certo? Então é impossível estar longe desta inovação.

Eu venho de quando o rock and roll costumava ser feito e ouvido por meio de discos de vinil e fitas K7. Então veio Sean Parker, que criou uma coisinha chamada Napster.

E de repente, eles pegaram nossa música e a digitalizaram e jogaram na internet. E todo mundo ficou louco se perguntando: O que diabos foi isso?

E então Steve Jobs veio e disse, eu vou transformar isso em um download digital. Não estávamos prontos. Ninguém estava pronto.

E foi isso que foi a queda das pessoas na hierarquia da música, foi assim que a Torre de Marfim da indústria da música ruiu, porque eles não prestaram atenção, porque eles eram muito velhos para entender esta mudança. O mundo muda o mundo.

Portanto, tudo muda e você tem que estar aberto e disposto a ouvir. Porque muitas vezes estamos confortáveis em nossas casas, sendo bem pagos e pensamos “Oh, nada vai acontecer, eu estou bem. Ninguém vai entrar aqui para nos atrapalhar no negócio de discos.

Bem, adivinhe? Agora temos Spotify. E, de repente, agora as pessoas vão ouvir suas músicas em qualquer lugar e nós vamos te pagar menos”.

Porém, há uma solução para esta transformação que eliminou intermediários na indústria da música mas criou outros intermediários na indústria digital: o P2P.

Agora você não precisa mais de intermediários e todas as pessoas que estão no meio disso agora são nós. Esse é o primeiro sinal de que a mudança é real.

E agora esta não é uma mudança de chefes, ou seja, mudar um intermediário para o oturo, é uma mudança que fortalece o artista e fortalece o povo.

Veja o que acontece com as finanças, eu estou no Brasil e para receber uma transferência bancária demora 3 dias. Então eu uso minha conta na Coinbase e em menos de 5 minutos eu retiro o transformo meus tokens em moeda fiduciária e posso usar no Brasil, sem que meu banco nem saiba o que está acontecendo.

Este é um novo sistema de distribuição e agora eu estou no comando, não mais um intermediário.

Agradecimento especial para o Cássio Gusson, do Cointelegraph  e para a Valeria da PUB.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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