Internacional

Veja os desafios econômicos que caem no colo de Liz Truss, nova premier britânica

05 set 2022, 15:08 - atualizado em 05 set 2022, 15:08
Liz Truss
Premier britânica Liz Truss permanece no cargo até final de 2024. (Imagem: Jessica Taylor/Divulgação via REUTERS)

O Reino Unido tem uma nova primeira-ministra: Liz Truss venceu Rishi Sunak na última fase da eleição interna do Partido Conservador – com 57,4% dos votos contra 42,6%. Com isso, ela se torna a nova chefe do partido e premier britânica.

No entanto, os próximos anos não serão fáceis para Liz. O mercado entende que será um governo desafiador, já que o Reino Unido passa por um momento econômico crítico. A inflação, que vinha subindo por causa das medidas tomadas para enfrentar a pandemia.

A situação piorou com a guerra entre Rússia e Ucrânia, que limitou a venda de gás natural para a Europa e fez disparar o custo da energia no continente. Em julho, a inflação anual do Reino Unido alcançou 10,1%. Trata-se da taxa mais elevada em 40 anos.

Na tentativa de combater a alta nos preços, em agosto, o Banco da Inglaterra (BoE) elevou a sua taxa básica de juros em 0,50 ponto porcentual – foi o maior reajuste promovido pela autoridade monetária em 27 anos.

“Se a gente olhar para o horizonte a longo prazo, o cenário é bastante desafiador. O Reino Unido está com uma inflação extremamente alta, o Banco Central vai continuar subindo os juros e quando a gente olha para os indicadores de atividade econômica, vemos uma desaceleração”, afirma Rafael Passos, economista da Ajax Capital.

De fato, a economia já começou a mostrar sinais de enfraquecimento. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (05) pelo S&P Global, o PMI composto britânico caiu de 50,9 para 49,6.

É a primeira vez desde a pandemia que o indicador, que leva em conta os setores de serviços e manufatura, fica abaixo de 50. E isso indica uma contração econômica.

Além da economia fragilizada, Liz precisará enfrentar o descontentamento da população. Nas últimas semanas, trabalhadores de diversos setores e indústrias do Reino Unidos vêm organizando greves para exigir aumento de salário.

Já estão na lista de grevistas os trabalhadores portuários, ferroviários, advogados, de serviços postais, de telecomunicações, professores, lixeiros e da área da saúde. Até funcionários da Amazon se manifestaram por reajuste salarial.

Promessas econômicas

Em seu primeiro discurso, realizado logo após o anúncio do resultado, prometeu um “plano ousado” de corte de impostos – principalmente os que envolvem o setor de energia – para auxiliar no crescimento econômico. No entanto, ela não detalhou os planos.

“Vou responder à crise energética, lidando com as contas de energia das pessoas, mas também lidando com as questões de longo prazo que temos sobre o fornecimento de energia”, disse durante o discurso.

Liz também defende a diminuição da necessidade do Reino Unido sobre as energias não renováveis e, consequentemente, reduzir a importação de recursos energéticos vindos de outros países.

Apesar das promessas, Rafael, da Ajax Capital, destaca que a premier precisará esclarecer alguns pontos antes, principalmente nessa parte tributária.

“Ela defende, por exemplo, um reajuste para baixo nos impostos. Acontece que o Reino Unido está mais endividamento por conta das políticas sociais promovidas durante a pandemia, ainda com cenário inflacionário extremamente latente e com uma guerra acontecendo. Então, como é que ela pretende reduzir a arrecadação e salvar a economia?”, afirma.

Siga o Money Times no Facebook!
Curta nossa página no Facebook e conecte-se com jornalistas e leitores do Money Times. Nosso time traz as discussões mais importantes do dia e você participa das conversas sobre as notícias e análises de tudo o que acontece no Brasil e no mundo. Siga agora a página do Money Times no Facebook!

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.